quarta-feira, dezembro 31, 2008

Retrospectiva 2008

Tava lendo num post antigo do meu já aposentado fotolog que minha primeira refeição em 2008 foi miojo com Doritos. Tá explicado por que eu tive tanta dor de estômago durante o ano.

Mas isso é o de menos. Porque 2008 foi O ANO! Quando chega nesse finalzinho eu sempre gosto de olhar um pouquinho pra trás e fazer um balanço do que aconteceu. E graças a Deus só me vem coisa boa à mente. Claro que passei por momentos bons e outros nem tanto, mas esses últimos eu deixo no passado. Os demais, carrego comigo.

Foi inesquecível o desfile do Salgueiro. Ensaiar é chato, cansativo e todo ano eu digo que vou dar um tempo de samba. Mas em 2008 eu cheguei à dispersão já pensando no Carnaval de 2009. A roupa era linda, a bateria estava foda (Estandarte de Ouro!) e eu aproveitei cada instante naquela avenida.

2008 foi o ano do casamento da Lu e do Thiago, do meu feriadão desvendando São Paulo, do jantar de aniversário cheio de gente legal na casa da Carol, do mega show da Madonna, da volta no tempo na festa da EDEM, do Mengão metendo 3x1 no Botafogo na final do Estadual, do ouro banhado a lágrimas do Cielo, do término da pós (agora sim!), de muito trabalho, muitos ensaios. Pelo menos acho que consegui dormir umas horinhas a mais que no ano passado. Idade.



Mas acima de tudo 2008 foi um ano de planejamento e prática. De aventura, independência, cara-de-pau, força, passos firmes e coração aberto. Muitos pensamentos. O ano em que o Velho Continente foi descoberto... por mim! Consegui, em um mês, sentir as mais diversas emoções, variar entre a ansiedade e o cansaço extremo, caminhar, respirar e sentir lugares tão diferentes, inimagináveis. Reencontrar. E conhecer novas pessoas no caminho e, por que não, pra toda a vida.

O ano é novo e podemos fazer dele o que quisermos.
Pense. Ria. Dance. Abrace. Confie.
Viaje! Por esse mundão afora ou pelo universo do seu quarto; num livro, numa música, num beijo, num olhar.

O mundo está aí. É só olhar na janela e abrir a porta.

Feliz 2009!

terça-feira, dezembro 16, 2008

Madonna é o poder!

Mais poderosa que o Obama. Mais poderosa que o Osama. Mais que a Mulher Maravilha e o Super-Homem juntos. Madonna é foda. E o show de ontem no Rio ficou pra história. Cara, se eu tivesse perdido esse momento me arrependeria pro resto da vida!!!

Ingresso comprado em cima da hora, uma semana antes do show. Arquibancada, que é mais barato. Excursão da Tia Marcela (freqüentadora assídua dos jogos do Flamengo) levando mais quatro moçoilas indefesas pro Maracanã. E Paulinha nunca havia pisado no maior estádio do mundo. Que emoção, hein, miga??!!


Nenhuma fila, nenhuma confusão. Entramos lindas e belas pela rampa do Belini e o moço segurança me reconheceu do Salgueiro! Pronto. Mais famosa que eu, ali, só a Madonna mesmo. Nunca vi o anel do Maracanã tão vazio. Vazio meeeesmo, tipo só a gente. Aproveitamos o momento, o espaço e a inspiração para sair saltitando, rodopiando e fazendo performances de “Like a virgin”. E ninguém tinha bebido (ainda).
O DJ estava tocando umas musiquinhas conhecidas e as beeshas (como diz Carol) se sentindo numa rave: mexendo os bracinhos e mandando ver na reboladinha. Todo mundo crente que o show começaria às 20h30, mas a mãe de Lourdes Maria só apareceu às 21h40. Enquanto isso, o povo fez ola, bateu palmas, vaiou e chamou a moça de piranha. Mico. Morro de vergonha dessa gente que vaia, xinga, taca lata nos outros e sobe na garupa do colega, atrapalhando a visão dos demais. Espero que o público de São Paulo não faça isso.

ÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!!!!!!!! Começou o show!!!! Som ótimo e alto à vera, luzes, laser e várias imagens surreais nos telões. Madonna nem tinha aparecido ainda e nós já estávamos arrepiadas, loucas, pulando, aos berros. E quando ela surgiu, sentadinha na cadeira e cantando “Candy Shop” (que não é a do 50 Cent), o mundo veio abaixo. Só música boa, uma atrás da outra, mistura do CD mais recente com os clássicos que marcaram nossa infância e pré-adolescência. O auge foi com “Like a prayer”, em que a massa de 55 mil pessoas pulava e berrava como se não houvesse amanhã.
Into the groove de 'Vogue'
Duas horas a-lu-ci-nan-tes!!! Nada é “legalzinho” no show da Madonna. Tudo é bom pacaralho. Mega estrutura, mega produção, cenografia foda, performances incríveis e... a Madonna, né, gente? A mulher é sinistra! Que domínio de público! Que poder! A criatura tem 50 anos, dança sem parar, pula, faz pole dance, agacha várias vezes seguidas e tem o público na mão. E ainda deixa toda a humildade de lado pra perguntar pros súditos: “Who’s your queen??”. “Yoooooouuu”, a plebe responde, hipnotizada!! Madonna pode. Ela nos faz libertar a diva e a beesha que há em cada um de nós.
Empolgação pós-show

domingo, dezembro 14, 2008

Velha infância

Só quem estudou na EDEM sabe o que ela representa. Muito do que eu sou hoje devo a essa escola. Felizmente ela ainda existe, mas a atual sede, na Barão de Itambi 28, onde passei toda a infância e adolescência, será demolida. E ontem rolou uma festa de despedida que marcou minha vida.

Atravessei o portão e já dei de cara com o Zé, o porteiro único, tradicional e com vários fios brancos na cabeça. Parei e fiquei olhando lá pra dentro da escola. O pátio, a quadra. Nossa, como tudo parece bem menor. Eu achava aquele espaço tãããão grande e agora percebo que eu que era um ser pequeno demais. Roberta, minha melhor amiga desde a 1ª série do primário, ao meu lado em mais uma aventura.

Ai, que vontade de abraçar aquelas paredes! Que saudades daquilo tudo. Foi uma coisa de maluco encontrar a Ester, das aulas de Artes, e a Madá, a moça da cantina que me servia cachorro-quente e mate no recreio (minha alimentação já era ótima naquela época). Cara, elas me conheceram quando eu era uma pirralha, no primário ainda, e anos depois (põe ano nisso!) lembraram meu nome e me deram um abraço tão carinhoso como se eu nunca tivesse saído dali. Aí fui inventar de entrar na primeira sala que estudei, no C.A. Aquelas mesinhas tão pequenas, o abecedário todo colorido colado acima do quadro negro, o coração apertado, olhos cheios d’água, arrepio e a cabeça num dia qualquer de 1987.

E umas pessoas que eu não via há uma década, tem noção? Anete (Literatura), Gilda (Matemática), Gustavão (Música - cara, quem não teve aula com ele??), Tânia (Química – “Explosão é com ‘x’, senão não explode!”), Carlos (professor de Ciências da 8ª série que, por pouco, não lembrou meu nome), Ivani e todos os lindos e lindas que estudaram comigo ao longo de toda uma vida na EDEM, do Jardim ao 3º ano: Roberta, Andréa, Renata, Pedrinho, Mary, Laura Caldas, Bela, Laura Jacob, Sole, Raphael Ferraz, Rafael Mendes, Fernando, Miguel, Marina, Gustavo, Verônica. Cada um com a sua vidinha, com sua profissão, gente grande. Gente com a EDEM na essência. Órfãos.


O pátio

Na sala da 8ª série

Com a Ester, na sala de Artes

1991 - 4ª série


A festa da firrrrrma

Dezembro é um barato. Esse clima de encerramento de mais um ciclo, confraternizações com os amiguinhos. Mas depois das folgas que a gente ganha no Natal e no Réveillon, a melhor coisa de dezembro é a festa de fim de ano da Globosat. Eu, que já participei de umas sete, não consigo eleger a melhor. Todas são o fervo e esse ano não foi diferente.

Pra variar, estava muuuuuuito calor, mesmo com a chuva que caiu. Bebida e comida liberadas e o povo todo consciente de que era proibido cair na piscina (para evitar o constrangimento de ser retirado da festa). É ótimo. Calor da porra, nego cheio de álcool nas idéias, a festa toda acontecendo em volta daquela piscina linda, cheia da luz azul, e a gente fingindo que ela não existe.

Então a gente vai e... bebe. Porque o frozen parecia mais um suquinho, mas fez a alegria da criançada. E que alegria!! Foi um tal de sair abraçando as pessoas como se vc não as visse há séculos (mas duas horas antes elas estavam ao seu lado, trabalhando, como acontece em todos os dias do ano). E toma-lhe frozen. Aí vc começa a tirar fotos engraçadinhas. E mais frozen. Aí todo tipo de “piriguete” começa a surgir, multiplicando-se feito Gremlins. E quando a quantidade de frozens já atingiu um patamar elevadíssimo, o puto do DJ coloca o pancadão. Aí já era!!! Porque funk é uma parada bizarra. Quando começa a tocar a atmosfera muda. Os comportamentos mudam. O povo vira bicho. E quando vc dá por si, está descendo até o chão com gente que vc nunca falou na empresa. Vixe.

Só que marcam uma festa dessas pra uma quinta-feira. E na sexta todo mundo tem que trabalhar normalmente, onde já se viu? Nossa, cheguei na Globosat e estava um silêncio... parecia prédio abandonado daqueles filmes em que uma epidemia devasta toda a população. Todo mundo trabalhando com o arraso da pessoa humana. Tinha gente dormindo na van na hora de voltar pra casa. Nunca vi disso. Aí vc começa a ver umas fotos e dar umas gargalhadas incrédulas por não lembrar de metade delas.

O moço do Tráfego foi na minha sala entregar uma fita e soltou um “Que isso, Marcela! Arrasou na festa, hein”. E eu não sei o nome dele e não lembro de tê-lo visto lá. Aí liguei pra um dos meus sonoplastas preferidos (tenho que dizer que os dois são preferidos senão dá briga) e ele manda “Nossa, a equipe do Sexy Hot é funkeira”! Oi? Ainda bem que é só uma vez ao ano. Assim dá tempo de esquecer. E pensar na próxima!

Antes do frozen, com cabelos no lugar e a make intacta

Algumas horas depois...





quinta-feira, dezembro 11, 2008

Zapeando

Tenho pesquisado bastante coisa na TV ultimamente. Uma busca por coisas novas e idéias interessantes. Mas olha... tá difícil. Tirando o 15 Minutos e o CQC (que de fato chamam muita atenção por serem realmente bons, diferentes, inovadores e tal), além do Cilada e mais alguns poucos, o que sobra me faz ter raiva, às vezes pena. A impressão que passa, principalmente no que diz respeito à programação dos canais por assinatura, é que está tudo nas mãos de produtoras terceirizadas que empacotam qualquer besteira com uma artezinha, um(a) apresentador(a) bonitinho(a) e foi pra conta. Infelizmente, o conteúdo é o menos importante nessa história toda. Ok, acho ótimo haver espaço pra produtoras. É a chance de ter mais gente – geralmente jovem – trabalhando e, teoricamente, um respiro numa TV tão saturada de atrações repetitivas, pobres, bobas. Mas pouca coisa se salva, uma pena.

Tá pra nascer coisa pior que o Sexshake, do Multishow. Integrante da faixa da madrugada do canal, o programa traz umas mulheres (sem rosto) rebolando gratuitamente, uns highlights com notícias do mundo pornô (a única coisa razoavelmente interessante) e umas enquetes muito idiotas, tipo “Vc conheceu um cara lindo, gostoso, maravilhoso. Mas ele tem o pênis pequeno. O que fazer?”. Hum... posso trocar de canal? Pra piorar, quem responde são uns ex-BBBs. Pelo amor de Jesus! Discussões bobas com gente sem qualquer coisa a acrescentar! Zzzzzzzz... Sem contar o fato de que metade do programa são umas artes sem sentido, tipo MTV. Totalmente sem razão de ser. Fiquei surpresa ao descobrir que é uma produção da Conspiração, conhecida por trabalhos tão bonitinhos. Ok, vou ler um livro.

PS1: Amanhã tem festa Globosat! Oba!

PS2: Vou ao show da Madonna!!! ÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!!!!!!! Enquanto o dia não chega, divirtam-se com o post da Carol sobre o show nas Argentinas.

PS3: Ronaldo no Corinthians? Já vai tarde! De gordo, no Flamengo, já basta o Obina!

sábado, dezembro 06, 2008

Doida demais

Eu não sou normal. Dia desses me peguei pensando profundamente nisso e cheguei à conclusão de que a normalidade é uma coisa que passa longe da minha pessoa. Não sei se isso é bom ou ruim. Não tenho condições de julgar. Só sei que fiquei, cá com meus botões, indagando: minha vida poderia ser bem normal. Eu poderia trabalhar no Disney Channel. Eu poderia dançar balé clássico. Eu poderia passar as férias com a família em Cabo Frio. Eu poderia estar casadinha, com filhos.

Mas nããããããããão!!!!!

Eu trabalho no Sexy Hot, mesmo sendo menininha delicadinha. Eu sou ritmista de escola de samba, mesmo com toda essa ausência de melanina na pele. Eu passei um mês inteiro mochilando pela Europa, mesmo sozinha. E casar e ter filhos está nos meus planos beeeeem futuros, ainda que eu já esteja chegando aos trinta.

Ao mesmo tempo é engraçado porque, ao "fugir" da normalidade, vc acaba despertando o interesse (às vezes até a admiração) de outras pessoas. Tem gente que acha o máááximo eu trabalhar na programação de um canal pornô e lidar de forma tão natural com o conteúdo (a gente se acostuma, povo!). Outros olham pra mim e acham inacreditável eu tocar na bateria do Salgueiro: “Tão magrinha, tão quietinha, tão branquela...” (pura fachada. Eu sou magra de ruim, falo pra caramba e tenho sangue de negona). Muitos amigos meus – muitos meeeesmo! – dizem não ter coragem de viajar sozinhos, ainda mais pra tão longe. Mas um deles até falou de mim pra terapeuta como exemplo de pessoa que toma iniciativa e vai atrás do que quer. Outro disse que minha viagem mudou a vida dele. Uau. E enquanto a maioria dos amiguinhos já está casando e tendo filhos, eu continuo me divertindo com os errados enquanto não acho o certo. Essa frase é velha, mas verdadeira. E outra: só me divirto com um errado quando vale a pena. Troco uma saída meia-bomba pela minha casinha sem pestanejar. Acho lindo esse negócio de casamento, bebês e tal. Mas perco a paciência quando saio com vários amigos casados que só sabem falar... da vida de casados. “Ah, quanto assunto legal... zzzzzzzzzzzzzzzzzzz”, é o que fico pensando na hora.

Putz, será que tem alguma coisa errada comigo? Será que eu já deveria estar me preocupando em encontrar alguém pra casar logo e passar o Carnaval em Cabo Frio assistindo aos desfiles pela TV?

Quantas dúvidas malucas. Mas sei lá. Pra mim essa minha vidinha ainda é muito normal.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

União faz a força e o açúcar

Muito bizarro o que está acontecendo em Santa Catarina por causa da chuva. O Profissão Repórter mostrou cada coisa que não se deseja nem ao pior inimigo. Tirando aquelas paradas clássicas de um acontecimento assim, duas coisas me chamaram muito a atenção: um abrigo que corria o risco de desabar e um supermercado saqueado pela população. Na altura dos joelhos, água suja e cheia de restos de toda a sorte de coisas. O povo agora revira a lama pra ver se ainda encontra algo. As prateleiras, vazias. Até os computadores dos caixas haviam sido levados. Do lado de fora, um senhor empurra, pela água, um carrinho com uma bicicleta novinha e umas cem garrafas de H2OH. Pra quem perdeu tudo, qualquer coisa serve pra recomeçar a vida. Pra quem quiser ajudar, contas bancárias oficiais da Defesa Civil:

Banco/SICOOB SC - 756 - Agência 1005, Conta Corrente 2008-7
Caixa Econômica Federal - Agência 1877, operação 006, conta 80.000-8
Banco do Brasil - Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7
Besc - Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0.
Bradesco S/A - 237 Agência 0348-4, Conta Corrente 160.000-1
Itaú S/A - 341, Agência 0289, Conta Corrente 69971-2
SICREDI - 748, Agência 2603, Conta Corrente 3500-9
SANTANDER - 033, Agência 1227, Conta Corrente 430000052
BANRISUL - 041, Agência 0131, Conta Corrente 06.852725.0-5

Por falar em perder tudo, o Vasco vai cair, né? Dessa vez o vice passou longe. rsrsrs Parei de acompanhar futebol esse ano quando o Flamengo começou a dar mole (aqui entende-se eliminação idiota na Libertadores e derrotas sem-noção quando éramos liderem isolados do Brasileirão). Agora atura o hexa do São Paulo. Obina é engraçadinho, eu até teria um bonequinho dele (como diz o Bernardo), mas nunca vi jogador tão irracional e afobado. A bola vem e ele chuta pra qualquer lugar, sem pensar. O Botafogo, mais uma vez, nada, né? E se o Florminense caísse junto com o Vasco, aí sim seria um ano bem feliz.

Mas a boa é que ontem teve um jantar de confraternização do showcalho do Salgueiro. Na verdade, esse povo arruma qualquer motivo pra se reunir. E é por isso que, modéstia à parte, a gente arrebenta na avenida. Podem falar o que quiserem, mas é fato que um grupo unido, coeso, que se diverte junto, mas que trabalha por um objetivo sério consegue resultados surpreendentes. Foi assim em 2007 (quando ganhamos bônus dos jurados) e em 2008 (com o Estandarte de Ouro). Aguardem 2009, pois a gente vem com tudo!

PS: Agora, anos depois, o Bush vem dizer que errou ao insistir que o Saddam tinha armas nucleares. Ah, Bush, na moral...

PS2: Ir pra Brasília assistir a São Paulo x Goiás por, pelo menos, R$150?? Coloca um cocar e chama o Bush!

sábado, novembro 29, 2008

Só se fala em outra coisa

“E se vc estiver por aqui, pode esbarrar com os integrantes do KLB”. Acabei de ouvir isso de um repórter do canal E! que está cobrindo uma tal de Festa da Música Brasileira. Sério agora: será que esse repórter achou que a pessoa que está em casa assistindo vai dar um pulo de alegria e garantir logo a vaga dela na próxima edição do evento só pra encontrar o KLB?? Não satisfeitos, os caras ainda enchem a matéria com imagens dos demais artistas presentes: Kelly Key, Preta Gil, Exaltasamba... Antes de cada bloco, exibem uma cartela de classificação indicativa com os dizeres “Contém conflitos psicológicos atenuados”. Desculpe, gente, mas meu psicológico está com conflitos bem fortes no momento.

Momento prontofalei: tô de saco cheio de empresas que prestam serviços. A NET cortou meu sinal da TV alegando que eu não havia pago uma fatura que eu paguei uma semana antes do vencimento! O cartão de crédito me cobrou duas vezes uma compra por causa de um erro no site da empresa! Fora isso, furaram a fila na minha frente duas vezes hoje, em lugares diferentes! Cara, por que o mundo é assim?? Que saco essa mania que as pessoas têm de querer se dar bem em tudo. Irritante. Espero que o gordo mal-educado que furou minha fila no cinema se entale com aquele balde de pipoca que ele comprou.

Mas ainda tem coisa boa no mundo. Esses dias fui assistir ao Z.É. – Zenas Emprovisadas, um espetáculo de improviso feito por uma turma bem legal e com participação do Marcius, meu amigo fofo. Foi quase impossível falar com ele depois da peça, tamanha a fila de gente querendo tirar foto com o elenco. Tãããão famosos!!! E ontem fui ver o filme “Queime depois de ler”. Elenco foda, Brad Pitt hilário e filme... SURREAL! Cara, saí do cinema gargalhando de tanta incredulidade. Assiste lá e vê o que vc acha.

terça-feira, novembro 25, 2008

São Paulo - Os mano e as mina

Conhecer pessoas novas é sempre bom. Ainda mais se forem inteligentes, comprometidas, abertas e se levarem a sério o que fazem. Último dia em Sampa e conheci muitos novos amigos. Com o primeiro, conversa boa, troca de idéias bacanas e um suco. Com outros, almoço divertido e torcida pelo Mengão no bairro dominado por são-paulinos. Com os últimos, samba da melhor qualidade e uma pequena corrida pelo Terminal Tietê.

Cruzei a cidade de cabo a rabo. Foi uma loucura. Da Consolação pra Higienópolis. Depois Barra Funda, Itaim e Morumbi. De volta a Higienópolis, seguido de Tatuapé, Bela Vista, Higienópolis de novo até terminar na rodoviária.

Só sei que encontrei a Samantha de novo. Almocei com a família super fofa dela e fomos assistir ao jogo do Fla. Corri pra buscar a mala na casa dela e pegar o metrô até a Zona Leste, onde o André me buscou para irmos ao Vai-Vai. Sim, é a escola de samba campeã de São Paulo e se fala assim mesmo, no masculino. Muito boa a bateria!! Tamborim dá um show! A rainha da bateria é a criatura mais sem noção que já vi. E o Salgueiro marcando presença com esta que vos fala, o Fabio e o Gustavo, que me acompanharam numa louca empreitada para evitar de perder o ônibus pro Rio. Tirando a cerveja quente da rodoviária, foi uma horinha muito maneira. E eu já tô doida pra voltar!!!

São Paulo - Formigueiro na selva

Essa cidade é doida demais! Não sei explicar. Deve ser por isso que gosto daqui. Não sei se pra morar, mas pra passar uns feriados ela é ótima! E tô aproveitando o tempo com calma, nada de correria. Ontem fui ao Museu do Futebol, que é incrível!!! Super lindo, organizado e, para os amantes do futebol (como eu), emocionante. É claro que não poderia faltar o Zico na galeria dos grandes nomes do esporte no país. Valeu, Mengão!! O museu fica no estádio do Pacaembu, bem embaixo das arquibancadas. E o melhor da exposição fica num espaço escuro onde imagens das torcidas são projetadas em telões e os cantos ecoam nas próprias estruturas do estádio. Fiquei uns 15 minutos parada ali, viajando.

E por falar em emoção, foi uma aventura chegar no Pacaembu. Cismei em ir andando. Peguei o mapa, vi a rota mais simples e fui. Só que a rota mais simples consistia em viadutos onde não passam pedestres. Ou seja: nó na minha cabeça, só pra variar. Caraca, é muito difícil andar aqui, Jesus!!! Segui por uma outra rua, quase deserta, que, pelo mapa, tb dava no estádio. Só que, de repente, ela sumiu. Puf. Simples assim. Aí tive que optar por uma outra rua que surgiu por ali. Finalmente avistei o muro do estádio e *puf* reapareceu a rua que tinha sumido. Tá, vcs não devem estar entendendo nada, mas enfim. Foi pior do que parece.

Tb fui a uma pizzaria muito legal com a Mônica e a família toda dela. Quanta gente boa! Amei a companhia deles. Ainda esticamos num bar chamado Drosóphila. Muuuuuito bom!! Espetáculo as caipirinhas de saquê com frutas vermelhas. Mas o melhor da noite foi descobrir que aqui se come fios de ovos de sobremesa. Sabe aquelas paradinhas amarelinhas que vêm em cima do bolo e a gente sempre tira? Então. Aqui vem um montão num pratinho e vc vai comendo felizinho com o garfinho. :)

E se São Paulo é uma cidade louca, a Rua 25 de Março extrapola. Frenéééééética! Imagina muita gente. Agora multiplica por mil, de todos os tipos, andando em todas as direções, mesmo sem haver espaço físico pra isso. Gente empurrando. Gritando. Aí toca “Adocica” e, três metros depois, “Summer night”. E passa uma carrocinha que vende açaí com leite condensado. E milho no potinho (pq essa coisa de espiga já saiu de moda). E tudo que vc possa imaginar. Aliás, tudo de que vc não precisa está à venda lá. E tá todo mundo comprando!

Tb reencontrei a Samantha (eba!) e fomos com os pais dela no Mercado Municipal. Que lugar lindo! Uma coisa meio tradicional e popular, com vitrais lindos, barracas de frutas frescas, queijos, frutos do mar e os famosíssimos sanduíche de mortadela (e põe mortadela nisso!) e pastel de bacalhau. Optei pelo pastel pq aquela tonelada de mortadela no sanduíche seria um atentado contra meu organismo.

E veio a chuva!! Essa historinha de que São Paulo é a terra da garoa é men-ti-ra! O que eu vi foi um temporal! As ruas do Jardins eram cachoeira de tanta água que descia pelo meio-fio. E eu nem quis saber: fui pro Masp ver uns quadros lindos, várias exposições incríveis, como uma de arte chinesa contemporânea. E não satisfeita, atravessei a Paulista e fui andando até a Livraria Cultura. Aí já era. Perdi a noção do tempo no meio de tantas revistas e livros maravilhosos! Ali vc pode folhear e ler o que quiser, sem ter a obrigação de comprar nada. Sentei num pufe e li metade de um livro, feliz.

Sábado à noite fui com Mônica e Aranha pra uma super balada: a Lanchonete da Cidade, toda fofinha, com decoração anos 60 e onde nos entupimos de batata frita, cheeseburger e um alucinante milkshake de doce de leite com nutela. Devia ser proibido inventarem coisas dessa natureza.

Tô feliz! Sempre que eu cismo com alguma coisa, vou atrás e consigo. Hahahaha! Ainda não tô acreditando que deu certo. Vai ser legal!

quinta-feira, novembro 20, 2008

São Paulo - De novo na estrada

A saudade apertou e eu voltei, e eu voltei... Pois é, criei o blog só pra contar minhas peraltices pela Europa, mas a verdade é que de vez em quando, do nada, eu vivencio alguma coisa e dá vontade de sair correndo pra escrever. Então vou utilizar esse humilde espaço pra escrever o que der na telha, não só assuntos referentes a viagens. Se bem que a vida toda é móóóó viaaaaaaaaaaaagem, né? Então faz sentido.

Ok, mas não por acaso vou voltar falando de... viagem! Zumbi ganhou um feriado que ainda não á nacional. Aliás, nem sei exatamente quais lugares o adotam. Sei que ganhei uma folguinha e me mandei pra São Paulo. Por quê? Não sei. Gosto daqui. Gosto da bagunça. E Sampa tem muito mais “opções culturais” que o Rio, então inventei de fazer turismo aqui. Ir a museus, reencontrar vários amigos tb.

Na última hora abri mão de ficar em albergue pq foi me dando uma preguicinha de dividir banheiro e quarto com outras pessoas. Prontofalei. Tô no bom e não tão velho Formule 1 na Consolação, quase esquina com a Paulista. Ótima localização, perto do metrô, o fervo.

Fazia tempo que não viajava de ônibus, aquela coisa de ir pra rodovária e tal. E rodoviária é um lugar interessante, né? Um monte de gente carregando travesseiro com aquelas fronhas estampadas, mais um tanto carregando várias coisas em sacos plásticos... putz, tenho horror a saco plástico!! Hahahaha E como tem gente que viaja com camisa de time, nunca vi! Deve ser moda, não é possível.

Cheguei toda errada no Terminal Tietê. Seis horas da manhã. Cara amassada, frio da porra! Mas aí peguei um taxi (qdo viajo eu fico rica) com um motorista velhinho que era o ser mais fofo que eu conheci na vida! Daqueles senhores simpaticíssimos, que contam a vida inteira pra vc, sabe? Pois então: seu Nestor veio pra cá ainda jovem da Bahia (eu trouxe o coco!), onde era seresteiro. E não é que ele começou a cantar várias musiquinhas de Nelson Gonçalves e cia enquanto passávamos pelas ruas vazias da cidade? E ainda mandou a pérola: “Meu sonho era me casar só com 80 anos. Sabe por quê? Pra eu fazer chazinho e esquentar os pés da minha esposa, e ela fazer o mesmo comigo”. Pára, gente. Foi por pouco que não apertei aquelas bochechas.

Fui logo pro lugar que mais queria visitar em Sampa: o Museu da Língua Portuguesa. Superou minhas expectativas. Cara, o museu é foooooda! Lindo, emocionante, inteligente, interativo. Aliás, ele inteiro é uma poesia. Dá vontade de abraçar tudo, uma loucura. Pra me deixar mais feliz ainda, havia uma exposição temporária sobre o Machado de Assis. E eu a-m-o Joaquim Maria!!! O ingresso custa R$4 e estudante paga meia! Caraca, dá até pena de pagar só dois reais. A Estação da Luz tb é uma coisa linda de Deus! E ainda estava disponibilizando um piano lá no hall de entrada pra quem quisesse tocar. E olha que o pessoal tocou mesmo! Super bacana! A Pinacoteca, logo em frente, tb é linda. Só o prédio já vale a visita e o ingresso de R$4.

Ainda dei uma andadinha pela Paulista, mas me bateu um sono inacreditável. Nem consegui descansar muito pq aproveitei a boa-vontade do Danilo, que fez um tour pela cidade comigo. Cara, já é a 550ª vez que venho a São Paulo, mas não adianta: eu nunca vou entender esse lugar! Onde começa uma coisa e termina outra? Como sair de um lugar e ir pra outro? Eu sempre confundo Vila Mariana com Vila Madalena. E pra mim, Higienópolis, Itaim, Pacaembu e Morumbi é tudo Jardins! E se até o povo daqui se confunde às vezes, então tô no lucro. Desisto.

PS: Aqui tem de tudo. Todo tipo de gente. Até mendigo de terno e calça social, gente!

terça-feira, setembro 30, 2008

Pessoas no caminho - Parte 4

Londres


Pessoas no caminho - Parte 3

Amsterdã

Praga



Pessoas no caminho - Parte 2

Barcelona





Pessoas no caminho - Parte 1

Paris
Paris
Madrid

Toledo

Rio!

Gente, eu trabalho amanhã! Não acredito! Nem lembro mais como é isso... rs Saudades da galera. Mas precisava mesmo tirar férias das férias. Ai, tanta coisa pra fazer. E já tem ensaio do Salgueiro de novo!! E da Tijuca tb! Voltar tem seus prós e contras. Mas como disse a amiga Luana, a gente nunca volta, está sempre indo. Ainda mais depois de uma viagem dessas. Chego ao Brasil com o bolso vazio e o coração cheio. A cabeça mais aberta e a memória cheia de boas lembranças. Momentos inesquecíveis. Daqueles que vc guarda pra sempre e que vão fazer toda a diferença na sua vida no futuro. Vivi nesse último mês histórias que vou contar pros meus netos, e que enchem meu coração de orgulho e a alma de alegria. E quantos encontros (e reencontros) incríveis essa viagem propiciou. Nossa, quanta gente diferente e bacana eu conheci. E quantos amigos fofos eu tive a chance de rever e de passar ótimos momentos junto. Vou postar as fotos deles aqui, para deixar marcada a importância deles pra mim. E pra quem quiser ver...

Foram oito meses organizando essa viagem e tudo foi pefeito. Tudo valeu a pena. Cada minuto, cada encontro, cada passo, cada vez que eu senti os sapatos apertarem e as costas doerem horrores. Cada comentário que os amigos deixaram no blog e que indicavam que estavam me acompanhando de longe. Eu não estava sozinha em momento algum. Vc viaja de acordo com seu estado de espírito. E "sozinha" realmente não é a palavrapra me definir nessa experiência. Minha companhia é boa demais e Deus está sempre comigo. É a gente que faz nossos momentos, e eu fiz cada um deles ser simplesmente fantástico. Não adianta se mandar pra longe, pra lugares bonitos, se vc não está bem com vc mesmo e aberto a novos conhecimentos, novas experiências. Alegria e paz no coração são fundamentais.

Outra: pra mim, acaso é uma coisa que não existe. Acredito mesmo que tudo tem uma razão de ser. Eu agora sei exatamente por que encontrei cada uma dessas pessoinhas; por que escolhi cada um desses lugares onde estive. Londres, que quase ficou "pra próxima", entrou no meu roteiro na última hora e é o lugar onde quero morar, onde me vi envolvida por um caos apaixonante. Isso não pode ser coincidência. No mínimo, destino. Uma conjunção dos astros, talvez. Bom, prefiro chamar de vida.

Para ler ouvindo: Mil Acasos e Exilados (Skank)
Meu coração tá batendo
de amor e cansaço
Saudades do abraço, do morno regaço onde eu deixei
um pedaço de mim

Londres/Paris - Au revoir...

E aí que chegou o dia derradeiro. É triste, mas irreversível. Estava toda me querendo pq ia pegar o Eurostar e atravessar o Canal da Mancha. O trem partia às 11h. Cheguei umas 9h. Aí fiquei sabendo que, por causa de um incêndio acontecido no túnel no início do mês, haviam reduzido o número de trens e o próximo só sairia às 13h15!!! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!! Não tinha mais o que fazer pra esperar a bodega do trem. E nessa confusão toda eu ainda perdi umas horinhas a mais em Paris. :(

A viagem de trem estava legal, mas aí entrou no túnel do Canal da Mancha e foi me dando um soninho... chapei por não sei quanto tempo, foi incontrolável. Só cheguei em Paris umas 17h, trabalhando com o desespero pra ter tempo de aproveitar mais um pouquinho a cidade antes de ir embora. Larguei as malas num locker na Gare du Nord e peguei o metrô até Chatelet, pertinho do Sena. Passei no mercado pra comprar vááááários biscoitos franceses e uns queijinhos chiques. Comprei tb um croque monsieur (o famoso misto-quente, mas com uma crosta de queijo derretido por cima), passei em frente à Notre Dame pra ver mais uma vez aquela igreja linda e fui passar as últimas horinhas no meu lugar preferido de Paris: a pontinha das île de la Cité, perto da árvore com ramos que vão até o chão. E ali fiquei, olhando o rio, as pontes, o céu... foi anoitecendo e tudo foi ganhando luz. Meu coração foi ficando apertado e a essa altura as lágrimas eram incontroláveis.

Minha última visão do Sena foi exatamente no mesmo lugar onde o avistei pela primeira vez. E que mistura louca de alegria, tristeza, orgulho, saudade...

Aí me mandei pro aeroporto e cheguei no check-in uma hora antes do embarque. Aí me falaram que eu corria o risco de não embarcar no meu vôo (que eu comprei em maio!) pq teve overbooking. Tem coisas que não entram na minha cabeça: por que as companhias vendem mais assentos do que eles têm disponíveis? Se tem um índice x de "não comparecimento", this is NOT my fucking business!!! Eu comprei a caralha da passagem e eu quero embarcar!!! Enquanto aguardava a resposta deles, no auge da minha fúria, olhei pro lado e encontrei a Yasmin, minha médica. hahahaha!!! Caraca, não agüento mais encontrar gente conhecida nesse continente! Bom, aí qdo anunciaram que o vôo estava fechado, eu me revoltei e fui lá desenrolar em francês com a mulher da Air France (e discutir em outra língua é muito difícil! Que vontade de xingar em português!). Acabou que tinha uma vaguinha pra mim, graças a Deus! E eu pude voltar pra casa no 2º andar do avião (o bicho era enorme. Tinha mais de 400 pessoas dentro. Bizarro.), cercada de franceses e de um gordo careca que roncava muito alto. Pelo menos vi Sex and the City, Simpsons e Friends. E no café da manhã passei requeijão no pão até notar que não era requeijão, mas iogurte. Buuuuuuuurra!!! hahahaha

E agora tô no Rio. Cheia de sono, cheia de saudades, cheia de roupa lavando e com muitas, muitas muuuuuuuuuuuitas novidades pra contar! Passei os últimos 30 dias bem longe daqui, descobrindo milhões de coisas a cada dia. Faz as contas. Cara, eu vou ficar muito tempo falando sobre o mesmo assunto. Tipo assim: insuportável! Get ready!

Para ler ouvindo: Boa sorte/Good luck (Vanessa da Matta/Ben Harper)
É só isso, não tem mais jeito
Acabou
Boa sorte
Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto não mudará

segunda-feira, setembro 29, 2008

Meio do caminho II

De volta a Paris.
Parece que faz tanto tempo que estive nessa cidade... e ela continua formidavel.

Se nao for em Londres, vai ser aqui.

PS: Depois eu atualizo tudo pelo blog. Vou aproveitar minhas ultimas horas na cidade luz e chorar tudo a que eu tenho direito. Afffff.... Jah to chorando no cyber cafe. Para!!!!!

Ateh a volta, povo. Aas 5h da manha eu to aih!
Buaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!

domingo, setembro 28, 2008

Londres - Circo

Ultimo dia em Londres e eu achando que era verao. Saih so com um casaquinho fino e logo senti o ventinho gelado da manha. Bom, sobrevivi e eh isso que importa. Domingao, me mandei pra um lugar chamado Notting Hill. Rola um mercado de rua bem famoso lah nos fins de semana e fui lah conferir se o Hugh Grant ou a Julia Roberts frequentavam al lojinhas. Eh, eles nao frequentam. Alias, na hora que fui, umas 9h e pouco, quase ninguem frequenta. As lojinhas ainda estavam abrindo e os primeiros turistas, chegando. Mas foi bacana. Varias antiguidades, movimento interessante, fotos divertidas. E as ruas da redondeza sao liiiiiiiiiiiiiiindas!! Wilton, podemos alugar um ape aqui tb!

Aih meio que saih correndo pra assistir aa cerimonia de troca de guardas em frente ao Palacio de Buckingham. Sol escaldante, policiais chatos e TODOS os turistas de Londres presentes. Gente, soh faltou o cocar pra caracterizar o programao de indio. Cheio aa vera! Aih passam uns guardinhas tocando uns instrumentos (a bateria do Salgueiro eh bem mais animada!) e aih passam pelos portoes do palacio e... ninguem ve mais nada, pq a turistada toda fica do lado de fora. Caaaaaaaaara, me senti o ser mais estupido da galaxia! Foi ridiculo. Tive vontade de enfiar a porrada em Elizabeth Regina.

Precisava virar o jogo e fazer algo decente. Aih fui pra National Gallery, o museu mais foda da cidade, bem pertinho de tudo, de gratis e cheeeeeio de quadros que eu queria ver (e aos quais havia sido apresentada na faculdade). Levei o guia que o Joao me passou com todas as obras imperdiveis e passei quase tres horas lah em busca delas. Foi lindo! Me senti um ser vitorioso novamente. De quebra, ainda estava tendo uma exposicao temporaria sobre o amor (com obras de arte relacionadas a isso). Foi demais!!

Qdo saí, a Trafalgar Square (a praça da frente) estava cheia de gente, de polícia, helicóptero sobrevoando. Cara, tava rolando uma manifestação do Hezbolah!!! Oi? Eu vou morrer agora, pensei. Aí fui me esconder numa igreja fofa que tb fica ali, a St Martin in the Fields. Para minha surpresa, estava rolando o ensaio do coro da igreja, com aquelas pessoinhas vestidas com hábitos vermelhos e cantando músicas bonitinhas. Sem contar que a igreja é toda fofa. Tocou meu pobre coração.

E aí o fim da tarde do meu último dia em Londres se aproximava e eu dei um jeito de ligar pro Jack (usei aquelas cabininhas típicas de Londres! EEEEE!!!!). Fui me encontrar com ele e a Julia em Gospel Oak, perto de onde eles moram. E eu não fazia idéia de onde ficava isso. Vi no mapinha que era só pegar a linha Victoria (metrô) e depois um trem. Beleza. Só que era domingo e a tal Victoria estava fechada para obras. Tá, arrumei um jeito de pegar uma outra linha pra chegar na transferência pro trem e... era domingo e o trem não estava funcionando. E eu estava completamente perdida. Aí um guardinha disse pra eu pegar um ônibus até o lugar que eu queria. Tá, eu peguei o ônibus. Mas quem disse que eu sabia identificar o lugar que eu queria??? Gente, que momentos tensos, viu? Impressionante como eu não consigo fazer nada normalmente. Tudo tem que ter uma aventurazinha no meio.

Bom, acabou que deu certo. Encontrei o Jack, a Julia e mais um amigo deles e paramos num café todo fofinho pra tomarmos um chocolate quente. No 2º andar estava rolando uma exposição de fotos com um cara tocando piano ao vivo. Demais! À noite fomos jantar num restaurante italiano maravilhoso em Notting Hill. E tinha um garçom hilário, com uma risada toda errada, e que parecia o tio Funério, da Família Addams.

Voltei pro albergue planejando arrumar as malas, só que já tinha muita gente dormindo no quarto e eu não quis incomodá-los (meu coração continua bom). Só que haviam tirado minha roupa de cama e eu ainda tive o trabalho de ir na recepção, pedir novos lençóis e forrar tudo mais uma vez. As suíças bagunceiras e desorganizadas que estavam no quarto já foram embora, finalmente. Porra, elas chegavam às 2h da manhã falando aos berros como se fossem 2h da tarde! Odeio essa gente que passa o fim de semana em Londres.

Para ler ouvindo: Last night (P Diddy feat Keyshia Cole)

sábado, setembro 27, 2008

Londres - Rio 40 graus

O calor nessa cidade foi tao intenso hj que parecia o Rio. Ou seja, to em casa. Mas amanheceu meio nubladinho, com direito a fog!! Demais! Ai eu sai toda encasacada e no meio do dia jah queria jogar o casaco fora. Primeiro programa turistico do dia: Palacio de Buckingham! Eba! Tah, eu sei que jah fui lah no primeiro dia, mas soh hj eu entrei mesmo e fiz todo o tourzinho pelas salas reais. Ateh 29 de setembro (ou seja, daqui a dois dias), eles abrem o palacio pra plebe poder apreciar onde a rainha gasta o dinheiro deles. Gente, eh uma coisa inacreditavel! Cada aposento mais lindo que o outro, com os tetos trabalhados, moveis finissimos, cortinas de veludo e muitos outros detalhes que soh podem ser reparados com a ajudinha do audio-guia (ok, nao gosto, mas hj me rendi novamente a ele). Os mais impressionantes sao, sem duvida, a sala onde fica o trono, todo em veludo vinho, e o salao de baile, que na verdade eh uma gigantesca sala com uma gigantesca mesa onde Beth (jah peguei intimidade) recebe os convidados para banquetes esporadicos. Um luxo! Fiquei imaginando o Lula, todo sem jeito, sem saber o que fazer com tantos talheres dourados e tacas de cristal. Eu certamente ficaria perdida.

O mais interessante de tudo eh que vossa majestade a rainha, que aparece em todas as notas de dinheiro e em algumas moedas, tem um logotipo que estah bordado no trono, nas cadeiras da sala de jantar (eh, os convidados sentam no logotipo de Bethinha), no uniforme de todos os funcionarios etc. Eh um E, um R e II. Soh ontem, naquela palhacada da Torre de Londres, eu fui descobrir que significa Elizabeth Regina II. Oi? Elizabeth Regina??? Huahuhauahuahuahua!!!!!! Cara, que nome de pooooooooooooobre!!!!!! hahahahahaha Passo mal de rir toda vez que lembro disso...

Depois dos encantos da realeza, peguei o metro lah pro Estadio do Chelsea. Eu tb to cansada de fazer tour em estadio, entao deixei pra proxima. 15 libras pra conhecer outro estadio nao dah! Jah tenho tres na bagagem e tah de bom tamanho. Aih fui soh na loja do clube com a incumbencia de adquirir o casaco do menino Wilton. Alias, amanha eh aniversario dele. Wiltooooooooooon, feliz aniversario!!!! Habemos casaco!!! To ateh pensando em pegar ele pra mim. rsrsrs

Na volta, planejei ir pra Chelsea (a regiao, nao o clube), mas a linha de metro District eh uma zona! A mesma linha tem quatro trens diferentes que vao pra lugares distintos. Aih eu fiquei hoooooras pra descobrir isso. Mas consegui chegar, exausta. Serio, meu peh fica formigando toda vez que eu paro de andar. Tudo doi. Soh to aguentando firme pq daqui a dois dias volto pro Brasil Buaaaaaaaaa!!!!! Eu queri ficar mais... snif... Enfim, aih saltei do metro numa pracinha muito singela, cercada de ruas singelas. Aih passou um carrinho barulhento, baixo, preto, com um cavalinho na frente. Ah, sim, uma Ferrari. Aih olhei pro lado e tinha um outro desse estacionado. E outro, e mais outro. Jah dizia Nelson Rodrigues que a unanimidade eh burra. E as pessoas que moram em Chelsea sao muito humildes, pelo que pude perceber. Wilton, a gente pode alugar um ape aqui, o que acha?

Aih jah estava no meio da tarde e eu havia planejado fazer milhoes de coisas, mas o tempo passou muito rapido. Pensei em ir pra National Gallery (preciso fazer isso amanha, sem falta), mas estava tao pertinho do Natural History Museum que resolvi ir pra esse mesmo. Gente, a-do-ro um museu de historia natural, ainda mais esse de Londres que nao tem aquele aspecto velho e empoeirado dos outros museus do ramo. Lembrei das minhas aulas de Geografia com o Sr. Wilson e das aulas de biologia com o Fragossomo! hahahaha Nossa, como faz tempo isso! Quem vier a Londres, nao deixe de ir nesse museu. Eh foda e, o melhor, eh de graca (como a maioria dos museus daqui. Cidade evoluida)!

No fim, nao sabia mais quem eu era. Cara, eu to acabada. rs Aih me arrastei ateh o Hyde Park pra poder sentar e respirar um pouquinho. Era tudo que eu precisava. Nao deu pra fazer um piquenique, mas eu deitei na grama, perto do memorial aa princesa Diana (eh soh uma fonte bonitinha onde as pessoas molham os pes), coloquei o mp3 no ouvido e fiquei degustando um chocolate mara enquanto descansava e aproveitava os ultimos raios de sol do dia. Aih tocou Beatles e eu nao consegui conter a emocao. Tah, eh super cliche vir pra Inglaterra e ficar ouvindo Beatles. Mas nao tem coisa melhor. Tocou lah no fundo da minha alma repleta de chao.

Agora to de volta ao albergue. Preciso dormir, mas ainda vou na rua comer e aproveitar um pouco da noite. Acho que preciso de McDonalds (nao me condenem! Preciso de calorias!). Talvez encontre a Patricia, nao sei. Soh vim fazer uma horinha na net pra poder recuperar um pouquinho da energia. E amanha jah eh meu ultimo dia aqui, que pena. Nao quero nem pensar nisso. Ah! Esqueci de contar que ontem, na Torre, durante uma troca de guardas, um dos guardinhas escorregou e quase tomou o maior estabaco! hahahaha Adoro esses momentos que quebram os protocolos. Alias, vou ver se amanha consigo ver a tal troca de guardas famosa em frente ao palacio de Buckingham. E torcer pra algum guardinha cair. hihihi

E como todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite, saí ali por Piccadilly pra ver o movimento da night. Gente, é o momento que as feras saem de suas tocas! É muita doideira! Gente de todo tipo, vestida de todas formas , com as mais diversas caras... muito louco. Quase uma experiência antropológica.

Para ler ouvindo: All you need is love (The Beatles) e I guess that's why they call it the blues (Elton John). Hj eu to pegando pesado no cliche!

sexta-feira, setembro 26, 2008

Londres - Love, love, love...

Por que essa cidade faz isso comigo? Passei o dia me fazendo a mesma pergunta. E a vida hj em Londres foi mais que bela. É impossível achar uma lata de lixo por aqui (deve ser medo de bomba, sei lá), mas a gente releva. O importante é que fez um sol intenso, sem nenhuma nuvem, e um céu tão azul que nem parecia o tal lugar cinza e cheio de fog que o povo fala. Aí me pus a conhecer a área do Inns of Court (os tribunais de justiça), onde quase não se vê turista e onde ta cheio de gente séria, engravatada, saltos altos. Fui caminhando até a St Paul Cathedral, que deve ser a mais importante depois da Catedral de Westminster, até pq é mais cara pra entrar. Então eu tava toda perdida lendo alguma coisa no guia qdo, de repente, escuto “Marcela”? Tá, ninguém me conhece nessa cidade. Foi imaginação da minha cabecinha cansada, pensei. Não era. Cara, eu encontrei a Patricia, minha amiga da pós, em plena sexta-feira, em frente a uma igreja, em Londres!!!Não acredito!!!! Caraca, a gente riu muito. Ter que cruzar o oceano pra se encontrar é foda. Mais um encontro maluco nessa Europa.

Entrei na St Paul e agora é oficial: não agüento mais igrejas. Parei. Ainda bem que não tem mais nenhuma famosinha que eu tenha que conhecer. Pq chega uma hora que dá vontade de sair correndo ao avistar uma cruz, uma pietà e um túmulo (sim, pq essas igrejas históricas têm mais gente enterrada que muito cemitério por aí). Mas sem brincadeira: nunca vi tanto ouro em toda a minha vida. Não tem mais onde botar ouro, uma coisa de louco. A cúpula da catedral é enorme, altíssima e, obviamente, dá pra subir. E lá fui eu, 876 mil degraus acima. Todo movimento que eu faço agora é graças à força do pensamento pq, se depender do meu corpo físico, nem saio do lugar. Bom, aí vc chega numa tal de sala dos sussurros, ou algo parecido, onde é possível escutar o que uma pessoa diz a 30 metros de distância. E é mesmo! Bizarro. Ah, e acima de tudo tem tipo um observatório de onde se avista a cidade toda. Porreta! Qdo desci, ainda estava rolando uma missa, mas não deu pra ficar até o fim pq, além de não ser algo tão interessante, time is money e eu ainda tinha coisa à beça pra fazer!

Incorporei a turista e fui gastar preciosos pounds na Torre de Londres, onde vc faz um tour sem-vergonha com um dos “guardas da torre”, uns carinhas vestidos com roupinhas quentes sob um sol escaldante e que gostam de contar piadinhas e dar susto nos pobres dos turistas. De todos os programas que fiz aqui, esse foi disparado o mais turístico e o único totalmente dispensável. Além de caro, é bobo toda vida e não me acrescentou em nada. E essa coisa de tour guiado faz eu me sentir uma turista idiota. Mas logo ao lado da Torre fica a Tower Bridge, a ponte mais famosa de Londres, presente e todos os filmes rodados aqui. Até num álbum de figurinhas que eu tive qdo criança havia uma da Barbie com a ponte ao fundo. Aí eu dei uma de Barbie e tirei 500 mil fotos ali.

Depois cruzei a ponte (sem parar de tirar foto) até a outra margem do rio, onde fica Southbank, um dos lugares mais cool e divertidos da cidade. Pra começar, é na beira do rio. Bate um ventinho agradável (pq hj não fez frio. No inverno deve ser o caos), várias pessoas caminhando sem pressa, banquinhos, postes de luz bem bonitos, artistas de rua tocando violão em troca de qq moedinha e uma vista maravilhosa! Fora que ali ainda fica a Tate Modern. Pra quem gosta de arte moderna é imperdível. Eu tenho problemas com arte moderna. Não me venha pintar uma tela toda de azul e me dizer que é arte pq eu não vou levar a sério. Não adianta pq não entendo. Dos artistas mais recentes, só gosto do Picasso. E tenho dito. Por isso fiquei pouquinho tempo no museu. Foi mais pra marcar presença mesmo e saber mais ou menos como era.

Se tem uma coisa que me irrita, além desses ônibus turísticos de dois andares (com o segundo andar aberto), no qual o paraíba sobe e roda a cidade inteira tirando foto dos monumentos de longe, é jargão turístico. Gente, tem coisa pior que “Ah, aí eu vou pro lugar tal e já mato o museu, o obelisco e a pracinha”. Porra, “matar” é ruim demais. É tipo fazer a coisa com pressa só pra dar um ok no guia e dizer que conhecer a atração. Se for pra “matar”, pô, se mata e fica em casa mesmo.

Em Southbank tb fica a London Eye, a roda-gigante mais famosa do mundo (ou uma delas, sei lá). Como boa turista, não perdi a oportunidade: gastei mais alguns pounds e fui lá conferir. Gente, amei! Vc dá uma volta só, em velocidade de tartaruga, que dura uma meia hora. E eu fui bem na hora do pôr-do-sol (de propósito). Caraca!! O céu e o sol estavam com umas cores alucinantes! E a vista lá de cima, aquele sol vermelho, o Big Ben, as pontes... surtei. Tirei umas 300 fotos do sol e mais umas 450 do Big Ben. Se vc tiver dinheiro e quiser privacidade, pode pagar pra ter uma cápsula só pra vc. Bem ao lado da nossa tinha uma assim, com um casal de, sei lá, indianos ou árabes (o cara estava de turbante) e uma senhora segurando vela e servindo vinho. Acho que o cara aproveitou a oportunidade pra pedir a mocinha em casamento pq, qdo a gente desembarcou, ela não parava de olhar pro dedo, toda boba.

Hj de manhã, caminhando pela margem do rio, coloquei a Amy no meu mp3 (bem clichê, como eu gosto) e fiquei toda emocionada. No início da noite, ao sair da London Eye, estava tããão feliz que chegava a doer. Essa cidade está dilacerando meu pobre coraçãozinho. E eu tava numa onda muito doida (calma, não tomei nada), tentando entender o que era aquilo que eu estava sentindo. Então, por coincidência (apesar de eu duvidar que ela exista), um artista de rua começou a tocar Bob Marley. Is this Love, is this Love, is this Love, is this Love that I’m feeling? Aí tudo se encaixou. This is love, everyone!!

Pra fechar a noite, fui assistir a uma peça no National Theatre. Pq eu sou turista, mas mantenho a pose de culta. Meus amigos João e Jack disseram pra eu escolher alguma indicada pela Time Out, mas não obedeci. O nome da peça escolhida é In-I e no elenco tem simplesmente a Juliette Binoche (a sortuda que pega o Johnny Depp no filme “Chocolate”. Que inveja!). Eu adoro a Juliette Binoche e foi ótimo poder vê-la por 10 pounds. Era uma peça misturada com dança, uma coisa meio louca. Pq eu sou dessas, né? Não venho pra Londres pra ver qq coisa. Dinheiro eu não tenho, mas glamour tá sobrando! :p

Para ler ouvindo: Is this love (Bob Marley). Por razões óbvias.

quinta-feira, setembro 25, 2008

Londres - Achei!!

Pára tudo que agora a conversa é séria. Encontrei o lugar que eu procurava e onde eu quero morar, nem que seja por pouco tempo. Londres é foda. Mas não é pouco foda não. É, tipo assim, FOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOODAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!

Deixei para trás os encantos de Praga e o velho maluco do albergue que roncava extremamente alto e soltava uns grunhidos esquisitos no meio da madrugada; deixei pra trás os turistas japoneses aflitos para fotografar todos os detalhes daquela cidadezinha fofa; deixei pra trás a melhor sopa que eu tomei na vida, de espinafre com queijo parmesão, numa das noites frias da República Theca. Deixei isso tudo para finalmente chegar na terra dos Beatles, da Amy, do Elton John, das Spice Girls, do príncipe William, do Beckham, da Bridget Jones e do Harry Potter. E, se o que é melhor fica pro final, então eu estou no céu. Pq, depois de conhecer tantos lugares incríveis, meu último destino nessa viagem não poderia ser melhor. Wilton, tô IN LONDON!!!!!!

Inacreditável é que esta foi a última cidade que incluí no meu roteiro. Por pouco ela fica de fora. Seria imperdoável. Jà cheguei aqui com o coração batendo acelerado. Não só pela ansiedade, mas com o maior medo da imigração. A oficial que me atendeu era simpática, pelo menos. Fez umas perguntas simples sobre a duração da minha estadia, de onde eu estava vindo, que dia eu ia embora e pediu pra eu mostrar a passagem de volta. Foi rápido e indolor. E adivinha a cor do céu quando eu saí do aeroporto? Cinza, é claro! E estava chovendo, óbvio. Me senti super em Londres. Super feliz. E quando o primeiro ônibus vermelho de dois andares cruzou meu caminho, eu quase chorei.

Saber de que lado vêm os carros qdo vc vai atravessar a rua é que nem brincar de adivinho. Cada rua é uma coisa. Impossível, mesmo com os avisos no asfalto, tipo “Look left”. Meu albergue (Piccadilly Backpackers) é bem bom, com exceção dos banheiros. A cama é giga e divido quarto com um grupo de amigas suíças. E o melhor é que fica na Piccadilly Circus, bem no coração da cidade, super bem localizado. Assim que cheguei, saí pra uma caminhadinha básica pra conhecer a redondeza e descobri um parque maravilhoso, com lago, esquilinhos, patos e pombos gigantes. Por acaso era o St James, o parque que vai dar simplesmente no Palácio de Buckingham. Não acreditei qdo cheguei lá e vi aqueles guardinhas tão famosinhos, de casaco vermelho e chapeuzao preto de pelúcia. Qdo eu era criança ganhei um boneco desses guardinhas e ele era melhor amigo das minhas Barbies. Continuando o passeio por Piccadilly, tb passei em frente à singela mansão onde o príncipe Charles mora com a baranga da esposa dele e encontrei sem querer uma loja chamada Fortnum & Mason, que me havia sido indicada por meu amigo Joao (que, aliás, me deu dicas ótimas!). Cara, essa loja é o que há de mais gostoso na face da Terra! Pra começar, metade dela é só dedicada aos chocolates, de vários tipos, formas e tamanhos. A outra metade é tomada por chás, biscoitos, bebidas finas. Um luxo! Saí correndo de lá antes que me desse vontade de comprar tudo.

Às 19h30 fui encontrar o Jack, meu amigo londrino que foi meu professor de inglês na Globosat e, apesar da agenda lotada, prometeu me levar num lugar legal. E eu toda preocupada com a pontualidade britânica, cheguei lá uns 20 minutos antes. Ele que chegou depois da hora! Hahaha Tá, só uns 5 minutinhos. É que eu gosto de fazer drama. Fofo demais aquele menino! Não acreditei qdo ele disse que havia comprado dois presentes pra mim e tirou da sacola um guia (London from A to Z) e um exemplar da Time Out (a revista semanal de Londres que traz as melhores opções de programas na cidade). Óbvio que ele fez de tudo para que nosso diálogo se mantivesse em inglês, apesar de o português dele ser melhor que o meu. Encontramos a Julia, mulher dele, e mais um amigo num pub que, segundo eles, é o melhor da cidade. Mais afastado e desconhecido dos turistas. Rá! Gente, que lugar bacana! Experimentei duas cervejas daqui (maravilhosas, apesar de uma delas ser meio quente) e um prato (maravilhoso tb, para minha surpresa). Depois ainda passamos num club perto dali para beber mais cerveja e jogar conversa fora. We had a great time together! Foi ótima a noite e super divertido reencontrar o Jack depois de quase 3 anos.

Hoje já acordei toda errada e tomei café numa deli aqui na rua (o café do albergue não está incluído na diária). Mas adivinha? Fez o maior sol!!! Céu azul, tempo lindo!! E saí batendo perna por aí, segurando pra não cair no choro. Não sei explicar, mas é como se eu tivesse encontrado algo que procurava há muito tempo. Cada esquina que passava me deixava mais feliz, e com os olhos mais marejados ainda. Bateu, e bateu forte. Amei. Não adianta disfarçar.

Fui lá pros lados de Whitehall e Westminster, onde ficam os prédios ligados ao governo. Foi sem querer que avistei o Big Ben pela primeira vez. E foi emocionante. E eu tirei umas 500 fotos iguais, bem paraibona mesmo. Passei em frente a uma igreja enorme, mas tinha que pagar pra entrar eu eu não estava muito no espírito de gastar dinheiro com igreja. Mas aí eu descobri que era a Abadia de Westminster, a igreja mais importante da cidade, onde teve o velório da Lady Di! Aí não deu pra não ir, né? Ainda peguei o áudio-guia e fiquei mais de uma hora lá dentro, viajando naquele teto enorme e nas paredes cheias de história. Essa abadia existe há mil anos, tem noção???

De lá, atravessei a rua para o summer tour pelas Houses of Parliament. Os parlamentares todos estão descansando essa época, aí a gente aproveita pra visitar aquelas salonas enormes, antigas, cheias de ouro, que a gente só vê na TV. Nossa, foi legal demais! E eu me sentindo pq estava entendendo tudo que a guia falava (em inglês). E aí ela contou todas as palhaçadinhas da cerimônia de abertura do Parlamento feita pela rainha e tal. Essa Elizabeth se acha. A mulher ta em todas as notas de dinheiro!! TODAS!!! Quem é ela pra ficar nessa exibição toda??

Ao fim do tour, eu não existia mais. O que havia sobrado de minha pessoa estava clamando por comida. Aí me entupi de um sanduíche fantástico com um primo do Nescau feito de chocolate belga. Coisa pra gente de nível, feito eu. Aí fui gastar a energia adquirida na Tate Britain, um museu com arte britânica desde 1600 até os dias de hoje. Depois, um caco em pessoa, peguei o metrô pra conhecer a região de Covent Garden, que é uma baguuuuuuuuuuuuuuunça deliciosa!! Ah, falando em metrô, é fundamental comprar o Oyster Card (de uma semana, no meu caso) para pegar livremente os transportes públicos, pois uma mísera passagem de metrô custa 4 libras!!! Com o cartão sai bem mais barato. Dica dada por amigos e pela senhora que veio ao meu lado no avião. Ondrina gente boa toda vida, puxou assunto, me explicou várias coisas sobre a cidade e deu muitas dicas úteis. Eu amo os londrinos (os homens, então, estão de parabéns). Eu amo o caos organizado dessa cidade. Aqui ninguém olha pra ninguém. Vc pode estar pelado no meio da rua que o povo não vai dar a mínima. E que mistura de gente! Tô pirando!

Para ler ouvindo: In my life (The Beatles). Eu ia colocar essa música aqui no fim da viagem, mas h j ela nao me saiu da cabeça. Amo! There are places I remember all my life...

terça-feira, setembro 23, 2008

Praga - Caminhando, cantando e seguindo a canção

Chegou um casal no meu quarto que, obviamente, resolveu dormir junto na mesma cama. E obviamente essa cama é a que fica embaixo da minha. Não acredito que eles tenham feito nada de extraordinário, mas toda vez que se mexiam, a beliche balançava e eu acordava. Ai, que raiva. Mas me vinguei! Voltei pro albergue umas 19h pra arrumar as malas (já que embarco amanhã cedo) e estavam os pombinhos dormindo. Entrei no quarto, acendi a luz, fiz barulho e anda levei a tiracolo uma francesa que está aqui e fala pelos cotovelos. Pronto. Eles acordaram meio putos e saíram. Hahahaha!! Como eu sou má!! Ah, e agorinha mesmo chegou um senhor maluco que ficou reclamando que o albergue era caro (caro? É o mais barato de todos!) e que não havia TV aqui. Gente, o maluco quer TV pra quê? Pra ver novela tcheca?

Último dia em Praga. Finalmente fez sol! Pior que eu saí cheia de casaco e resolvi subir a ladeirona que dá no castelo. Caraca, no meio do caminho já estava suando em bicas, abrindo o casaco, tirando o cachecol. Lá em cima, na região do castelo, tem várias ruazinhas legais de paralelepípedo pra ficar passeando e tirando fotos. Daí que na entrada do castelo ficam dois guardinhas fardados dentro de umas casinhas de cachorro e, a cada hora, rola uma cerimônia de troca de guarda: vêm três outros soldadinhos marchando, fazem uns movimentos com as armas, batem a arma no chão e substituem os coitados que estavam lá imóveis durante toda a última hora. Mas logo antes da troca, fica um soldadinho de frente pro outro, bem sérios, é claro. E eu pensando: “Não é possível que não dê vontade de rir. Os caras ficam ali durante vários segundos paradinhos, olhando na cara do outro, cheio de japonês em volta tirando foto. Eles têm que rir”! Cara, não deu outra! Um dos soldadinhos quase teve um ataque! Tadinho, ele estava sofrendo tentando se controlar pra não rir. Hahahaha!!! Adorei!! Aliás, comentário importante: tô super aceitando pedido de casamento de um guardinha daqueles. Côdilôco!

Daí que eu já disse que a cidade foi tomada por japoneses, né? É bom deixar claro que eu não tenho nada contra eles enquanto povo, cultura, pessoas humanas etc etc etc. Mas enquanto turistas, puta que pariu! Total sem noção de espaço! Tomei vários empurrões durante a troca de guardas. Sim, pq bem no momento que eu cheguei no castelo, chegou tb um grupo giga de japoneses guiados por uma mulher louca que usava um microfone que nem o da Madonna e um guarda-chuva com estampa de bola de futebol. E a explicação dela pro castelo era tão engraçada que parecia que ela estava dando esporro nos turistas! Huahuahua!

Gente, é a água com certeza! Praga é a cidade do amor. Durante minhas andanças de hoje encontrei vários casais de noivos tirando fotinhos cafonas pela cidade. Na frente do rio, segurando um guarda-chuva rosa, sentadinhos na escadaria... fofo. Adoro.

Estava ainda há pouco comentando com um menino gente boa de Montreal o quão difícil é tomar banho no chuveiro desse albergue. Aí ele manda: “Ainda não tomei banho aqui. O chuveiro está sempre ocupado e eu não tenho paciência de ficar esperando”. Isso pq ele está aqui há uns dois dias já. Oi?

Aí eu botei meu mp3 no ouvido e saí vagando pela margem do rio. Gosto de fazer passeios assim no meu último dia em cada cidade. É uma forma bacana de se despedir e guardar na memória as coisas que mais gostei de fazer. Além de ser um ótimo exercício de pensar na vida. Aí eu me empolgava com as músicas e ficava cantando baixinho, pisando no ritmo das batidas. Ok, coisa de autista, mas foi bem divertido. Deu umas 16h e eu não tinha almoçado ainda. Minhas células estavam quase devorando umas às outras quando escolhi um restaurante pra entrar. As coisas em Praga são bem baratas. As entradas pros museus/igrejas/torres custam uns 2 euros e é tranquilamente possível comer um prato de comida e mais bebida por menos de 10 euros. Pedi um prato típico daqui, uma carne com um molho que parecia um purê de legumes e umas fatias de um pão maluco e mole que eles comem aqui. Aí chegou o prato lindão, com a carne, o tal molho e... chantilly em cima! Hein? Cara, eu comi carne com chantilly e estava gostoso! Inacreditável. Vivendo e aprendendo.

Caminhei um pouquinho pela Charles Bridge (a ponte mais famosa de Praga) pra tirar umas fotos no pôr-do-sol, pq o céu fica com uma cor linda essa hora, mesmo quando está meio nubladinho. Consegui entrar na igreja famosa (aquela com a torre maneira – tem foto aí embaixo) e voltei caminhando sem pressa pro albergue. Bom, com um pouquinho de pressa pq eu estava meio que apertadinha prum pip’s. Ok, ninguém precisa saber disso.

Gostei de Praga. Tive experiências bacanas aqui, conheci gente muito legal. Tocou o coração. E como diz Galvão: que venha Londres! Meu último destino nessas férias abençoadas. O tempo tá correndo tanto...

Para ler ouvindo: Put your records on (Corine Baley-motherfucker... não sei o nome)
Foi o que fiz hj: coloquei a musiquinha e saí fazendo o que me dava vontade. E, coincidentemente (ou não), essa foi a primeira que tocou.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Praga - Fotozká






Amsterdã - Fotosplein






Praga - Em algum lugar do passado

Ao contrario de Amsterdã, onde eu queria ficar só, no meu primeiro dia de café da manhã em Praga já peguei amizade e abri mão de seguir meu roteirinho quadradinho pra aproveitar a companhia. E foi a melhor escolha! Saímos sem rumo pela cidade e acabamos conhecendo coisa à beça! Gente, e como esse lugar é fofo!! As casinhas, as praças, as igrejas, as crianças (óbvio). Tudo é uma belezura. E o legal de sair sem destino certo é que vc acaba descobrindo atrações (turísticas ou não) sem querer. Tipo: entra numa ruazinha pequena e acaba saindo de frente pra um monumento incrível que vc havia visto no guia, mas não fazia idéia de onde era, sabe? E assim foi o dia todo. No caminho pra uma igrejinha, tomávamos outra direção, pegávamos umas trilhas pro alto da montanha e chegávamos num parque lindo. Praga é cheia de boas surpresas.

Acabamos não entrando em nenhum monumento pq o povo mochileiro é mão de vaca toda vida, né? Lá no Jewish Quarter, por exemplo, ninguém tava afim de pagar pra visitar o cemitério judaico. Aliás, essa coisa de visitar cemitério é meio bizarra, né? Em Buenos Aires eu até entrei no cemitério da Recoleta pra ver o túmulo da Evita e tal. Mas continuo achando isso tudo muito estranho. Ainda mais qdo vc tem que pagar pra entrar. Não pagamos. Saímos andando pela rua de trás e demos de cara com... o muro dos fundos do cemitério. Aí foi só subir um degrauzinho e tirar váááárias fotos! Hahaha For free!

Ainda subimos a colina quase até o castelo, mas optamos por ir até uma torrezinha aqui que é baseada na torre Eiffel. Depois, famintos, andamos muuuuuuuuuito pra achar um restaurante típico que havia sido indicado por alguém que eu desconheço. O tal lugar ficava numa parte mais distante do centro e totalmente off-turismo. Um bairro freqüentado por locais, finalmente, pq aqui é quase impossível encontrar alguém que não seja turista. Deve ser um saco viver numa cidade assim. Imagina vc querer ir na esquina comprar um pão e esbarrar com 500 mil idiotas com câmeras digitais... Deus me livre. Mas voltando: o restaurante era ótimo!! Comi um roasted pork, prato bem típico da República Tcheca, que estava uma delícia. E eu realmente estava precisada de comida. Qdo vc viaja assim, sai andando feito uma maluca e esquece de comer. Chega uma hora que o corpo surta, coitadinho. Tinha uma cerveja que vinha num copo tão grande que, se eu tivesse tomado, ficaria uns três dias sem conseguir sair da cama. Sério! Hahaha Cara, era muita cerveja! E um australiano nanico que sentou na mesa ao lado bebeu um treco inteiro desses sozinho! Fiquei chocada com a capacidade da criatura. Ah, e pra completar, dois carinhas saíam de vez em quando de dentro da cozinha tocando no acordeão e no trombone umas musiquinhas folclóricas daqui (tá, o “folclóricas” foi invenção minha. Pô, mas devia ser).
À noite foi só sair vagando pela cidade, que fica ainda mais linda quando escurece. Ah, e provar alguma cerveja local (no meu caso, foi uma Budweiser tcheca, num pub que tinha uma canga com a bandeira do Brasil estampada pendurada no teto).

Praga é antiga. Tem coisa aqui que foi construída bem antes de o Brasil ser descoberto. Coisa de maluco mesmo. Hj mesmo entrei numa igreja do ano de 1600 e fiz questão de tocar naquelas paredes. É uma loucura imaginas que essas construções existem há tanto tempo. Cara, quanta coisa deve ter acontecido ali naquele lugarzinho que vc tá pisando naquele momento, tantos séculos depois. E tem alguma coisa aqui (deve ser a água, não sei) que faz as pessoas ficarem bem amorosas e dá à cidade uma atmosfera bem romântica. Nossa, é tanto casalzinho apaixonado, tantas carícias nos banquinhos de praça, tantos passeios de mãos dadas. Paris é extremamente romântica, sem dúvida, mas Praga é menorzinha, então fica ainda mais aconchegante.

Hoje acordei acabada. Fui dormir tarde à vera depois de passar o dia inteiro andando por várias partes da cidade. Continua um frio da porra. Tô saindo todo dia de malha térmica, casacão, cachecol e luvas. E ainda assim não dá pra ficar totalmente aquecido, principalmente perto do rio Vltava (cagação de regra só pra dizer que eu entendo alguma coisa). É meio chato ter que andar cheio de coisa, mas sempre que eu me olho no espelho me acho um charme com esse ar europeu e as bochechas rosadas (por causa do frio).

Me baixou uma pilha louca e andei toda a parteà direita do rio. Praga é dividida em cinco regiões principais e hoje caminhei por três delas! Total passeio turistão! Peguei meu singelo guia de bolso e fui em busca das atrações indicadas. Estátuas, teatros, casarões, avenidas, lojas, portões de entrada pra cidade... tudo! Assim, de uma vez. Botei a Duracell e fui, simples assim. Saí pra fuçar todos os cantinhos. Engraçado como aqui eu não tenho vontade de entrar nos lugares. Os museus não me interessam muito (tb, né, depois de uns 20 museus o serumano pede arrego), as igrejas são basicamente de grátis (nessas eu entro!), sinagogas e cemitérios não me interessam e as ruas são tão lindinhas que dá vontade de ficar passeando o tempo todo. Mas hj eu subi a torre mais famosinha, que fica naquela praça principal perto do meu albergue. A senhorinha do caixa aceitou minha carteira de estudante (rá!) e lá fui eu, para o alto (tá, não tão alto assim) e avante. Nossa, que vista deslumbrante! Praga é cheia de casinhas baixas com telhadinhos iguais. Parece maquete! Hahaha Vou postar foto aqui pra vcs verem.

O melhor é que, nessa mesma torre, ficam os tais relógios astrológicos onde rola um mini showzinho de hora em hora. E quando faltam uns 10 minutos, a praça lota de turista. Cara, é tanta gente, tantas línguas diferentes, tantas câmeras apontadas pro alto, que fica difícil saber pra onde ir. O jeito é se enfiar no meio da muvuca e esperar o showzinho acabar (dura menos de 1 minuto). Comunicado importante: o Japão está deserto! Toda a população daquele país, incluindo até a quinta geração da família do Hugo, chegou à Praga hj. Tô falando sério. Pra onde quer que eu olhasse, havia um grupo enorme de japoneses. Gente, eles se proliferam que nem os Gremlins! Ok, e logo atrás estão os brasileiros. Ai, como tem brasileiro nessa cidade! Cruzes!
As pessoas em Praga são muito simpatiquinhas. E falam inglês na boa. Mesmo se for macarrônico, fazem de tudo pra te entender e te ajudar. E sempre com um sorriso. Ah, com exceção da garçonete do restaurante de ontem (que tinha cara de coveira e era paga pra servir, não pra sorrir – conclusão minha), de um casal que estava aqui tendo uma DR no meio do bar do albergue e da mocinha que limpa os banheiros. Ela é novinha, loirinha, bochechudinha e vc acha que é um docinho. Bullshit. Vc fala e ela não responde, faz cara de insatisfeita, te olha com desdém. Vou mais é sujar bastante aquele banheiro, deixar de dar descarga, fazer lama quando sair do chuveiro e entupir o ralo de cabelo. Humpf!

E essa noite dormi com protetor auditivo (dos que eu uso nos ensaios do Salgueiro). Era uma sinfonia de roncos. O maestro era o cara da Finlândia.

Para ler ouvindo: Rala a tcheca (É o Tcham)

sábado, setembro 20, 2008

Praga - Turista dá em árvore

Voltei pro albergue de Amsterdã bêbada de sono, desesperada para arrumar a mala e tentar dormir um pouco até umas 5h30, a tempo de pegar o trem pro aeroporto e o vôo pra Praga. Esse negócio de pegar avião de manhã é algo que não farei nas próximas viagens. Tira o meu sono, cansa minha beleza, gasta tempo, cansa e me faz chegar na próxima cidade com a pior cara do planeta. Na sala de embarque tinha um casal perto de mim que era deveras paraíba. Quando eles abriram a boca... brasileiros! Claro. O cara tava com uma camisa da coca-cola e um casaco da Marlboro. Parecia um piloto de Fórmula 1 ou um outdoor ambulante. Coisa horrorosa. Aliás, como tinha brasileiro no meu vôo! Era um povo lotando o banheiro do aeroporto pra passar a maquilage, cruzes.

Dormi a viagem inteira. Às vezes acordava e me pegava com a boca aberta, batendo cabeça na janela. Nossa, que mico! Peguei um ônibus e um metrô até o centro e, no caminho, ficava pensando “Gente, que louco. O que eu tô fazendo na República Tcheca”? Essa viagem é coisa de maluco. E a forma como os caras escrevem aqui é mais ainda.

Minhas malas estão cada dia mais pesadas. Preciso de um anti-inflamatório pq a dor muscular tá acabando comigo. Meu ombro dói mesmo quando eu não faço nenhum movimento. Por isso, no meu passeio inicial pela cidade, abandonei a mochila e saí com uma bolsa pequeninha, só com os suprimentos básicos do ser humano. Encontrei a Fernanda (mais uma amiga mochileira, de BH) e reencontrei a Rosa na Namesti Republiky, uma praça principalzona onde fica uma igreja bem famosa e uns relógios astronômicos que estão em todos os guias turísticos da cidade. A Rosa ainda descobriu um free tour com uma guia local e lá fomos nós.

Praga é taaaaaaaaaao bonita! Todas as construções são lindinhas. E como tem turista nas ruas! Mais que em Paris! E a gente foi pro tour crente que ia conhecer uma ou outra pracinha. Cara, o passeio não acabava mais! A gente não parava de andar, subir, subir, subir. Deus me livre! Resultado: conhecemos quase que a cidade inteira num só dia. Até a Tijuca é maior que Praga. Conheci umas australianas que estão viajando com a Rosa. Depois da caminhada interminável, entramos num restaurante qualquer, ávidas por comida de verdade e banheiro gratuito. E aí a vida foi bela. Comi um estrogonofe tão gostoso... putz, não agüento mais fast food. Em Amsterdã só tinha isso, saco. Cara, mas a moeda daqui é muito doida. 1 euro equivale a umas 23 coroas checas. Aí é foda. Pq vc anda com nota de 200 e até 1000 no bolso, crente que ta carregando uma super fortuna, e acha esquisitíssimo um café custar 900! Em compensação, quantos rapazes bonitos e simpáticos habitam Praga, gente. Fofura. O seu polícia é fofo, o recepcionista do albergue é fofo, os menininhos atravessando a rua são fofos.

Albergue: Pension Dlouhá. Ainda não deu pra saber se é bacana, mas parece. Free internet e wifi, já ta valendo. Bem perto da tal praça central (ok, aqui tudo é meio perto de tudo mesmo). O quarto tem umas seis beliches, mas o povo parece bem mais legal que no de Amsterdã. Quando cheguei pra deixar as malas, por volta de meio-dia, ainda tinha gente acordando. E o quarto estava com um cheiro bizarro de álcool! Hahaha Nossa, nego deve ter bebido todas noite passada. Que beleza. Espero que ronquem pouco. Caaaaaaaaaaara, tem dois malucos da Finlândia no meu quarto! Lembrei de uma certa noite em Terê, nos tempos de PUC, qdo passamos horas desenvolvendo uma teoria de que a Finlândia ainda vai dominar o mundo... hahaha Bons tempos!! Bom, mas pelo menos o albergue tem elevador, pq subir escada carregando mala é a pior coisa da vida no momento que meu corpo começa a pedir arrego. O banho daqui que ta me deixando com a pulga atrás da orelha: só tem chuveiro de mão, e a torneira é igual às de banheiro de shopping, que vc tem que apertar pra sair água durante uns 10 segundos. E aí tem que apertar de novo. E de novo, de novo, de novo... um milhão de vezes. Não é possível que seja lusitano assim. It’s Europe, babe! Aliás, outra coisa que não tem cabimento é vc ter que usar as mãos pra abrir a lixeira do banheiro. Como assim num mundo tão civilizado a pessoa é obrigada a abrir a lixeira do banheiro com a mão pra poder jogar o papelzinho fora? Blergh! Não gosto nem de pensar nisso.

E tá frrrrrrrrrrrrrrrrrrriiiiiiiiiiiiiiiiiiooooooooooooooooo!!!!!! Muito mesmo.

Para ler ouvindo: Natiruts Reggae Power (Natiruts)
Deixe a energia do som te levar
A vibe positiva solta pelo ar
Quem sente com a alma
É capaz de amar
Tá sempre livre pra cantar...