Deixe-me ir

Inacreditável essa semana ter passado voando. Mais inacreditável ainda é eu estar nessa calmaria toda. Uma placidez que me assusta. Está tudo lindo, não falta mais nada. Fico tentando lembrar se coloquei tudo na mochila, relendo uns papéis e só. A ficha não caiu ainda.

Estava cheia de planos para minha primeira noite de férias/última noite no Brasil. Pensei em ver “Moulin Rouge” pra já ir entrando no clima, mas nem deu tempo. Tudo bem, eu vou passar lá em frente mesmo. Havia planejado ainda dar uma olhada nos meus estudos de francês pra chegar lá afiada, mas tb não rolou. Vou falar o que eu lembrar, torcendo pros franceses serem simpáticos comigo.

E amanhã de manhã tenho uma missão incrível: colocar o mochilão nas costas e atravessar a São Clemente até a farmácia láááá na outra quadra. Explico: é a única drogaria da vizinhança que tem balança, e eu preciso urgentemente saber quanto está pesando minha companheira de viagem. Quando eu era criança qualquer farmácia tinha balança e eu adorava subir em todas. Agora fica essa coisa restrita, que vai me fazer andar vários metros. Não entendo. Já até imagino a cena: com a cara de quem acabou de acordar, eu passo pela portaria chamando atenção do meu porteiro, lógico. Porque toda vez que ele me vê, pergunta “Vai passear, Marcela?”. A qualquer hora do dia, em qualquer dia da semana. Deve achar que eu não faço nada da vida. Aí saio do prédio com aquela mochila gigante e volto 10 minutos depois como se nada tivesse acontecido. Atestado de maluca.

Dane-se. Eu tô de férias, vou pra Europa e é isso que importa. Chegou a hora, finalmente. E eu tô tão tão tão feliz (e cansada)!!!

Então, é isso. Próximo boletim informativo: Paris! (Escrevi essa palavrinha aí e uma ansiedade louca tomou conta do meu ser. Hahahaha)


Para ler ouvindo: Preciso me encontrar (Cartola)

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Plantão pré-viagem informa: deu tudo certo com o teste. A mochila está com 9,6kg (não podia passar de 15kg). E o porteiro obviamente achou tudo muito estranho.