Tá em
Lisboa? Vá ao Porto. Tem pouco tempo? Tudo bem, um dia já dá pra alguma coisa.
Se não for, vai se arrepender, vou logo avisando. Porque o Porto, minha gente,
é muito encanto numa cidade só. Acha longe só por ser muito ao norte? Pô, já
viu o tamanico de Portugal? Então pronto. Basta enfrentar o frio safado da manhã lisboeta, pegar um trem de alta
velocidade na estação Oriente e em pouco mais de duas horinhas cruza-se o país
quase todo e chega-se ao Porto.
Da estação Campanha ao centro tem que pegar um ônibus. Além disso é preciso fazer um baita esforço pra entender o português falado por essas bandas daqui. Difícil, viu! Mesmo assim, a gentileza das senhorinhas portuenses foi tão sincera e comovente que foi só mandar a linguagem universal do sorriso que todo mundo se entendeu.
Da estação Campanha ao centro tem que pegar um ônibus. Além disso é preciso fazer um baita esforço pra entender o português falado por essas bandas daqui. Difícil, viu! Mesmo assim, a gentileza das senhorinhas portuenses foi tão sincera e comovente que foi só mandar a linguagem universal do sorriso que todo mundo se entendeu.
Porto é uma
cidade antiga à beira do rio Douro, cheia de ruelas de paralelepípedo. Já é
mais que o suficiente para torná-la tão charmosa. Um passeio a pé pelo centro
histórico te concede o direito de se perder por suas calçadas apertadinhas e
cheias de casarões, dar de cara com uma majestosa Catedral da Sé e, logo em
frente, se deparar com um cortiço, tudo muito integrado à paisagem.
Dali,
cruzamos a ponte Luís I (que está em 99% das fotos tiradas na cidade) até o
outro lado, Vila Nova de Gaia. Paramos uma mocinha pra pedir informação e
adivinha de onde ela era? Do meu, do seu, do nosso Brasil, é claro. Minha mãe,
usando todo as suas técnicas de psicóloga sem perceber, descobriu em menos de
cinco minutos tudo o que a menina faz, a história da família e toda a saudade
que sente do Pará. Dona Selma é terrível! Mas voltando... É ali em Vila Nova
que ficam as diversas bodegas que vendem os mais deliciosos e famosos vinhos do
Porto. Obviamente eu garanti o meu. Mas essa nem é a melhor parte. Sabe quando
dizem que Niterói é uma linda cidade porque tem vista pro Rio? Pois é, Vila
Nova tem vista pro Porto. E ali, na margem do Douro, a vida é boa demais quando
você senta num banquinho, curte a brisa e o sol, e contempla o rio, os barcos,
a ponte e o Porto tomando a colina. Se quiser abrir a garrafa de vinho lá
mesmo, certamente tudo vai ficar ainda mais incrível.
Cruzando a
ponte de volta, agora pela parte mais baixa, se chega à Ribeira, o calçadão do
Porto, onde pequenas lojas e restaurantes, além de algumas dezenas de gaivotas
fofas, dividem espaço com os pedestres (ok, turistas). Seguindo ladeira acima
(e põe acima nisso!), a boa é subir a Torre dos Clérigos até seu mirante. São
trilhões de degraus. Você acha que não vai conseguir. Você quer desistir e
voltar pra casa. Mas continue! Quando você chega lá no alto o vento é tão
gostoso e a vista, tão bonita, que compensa todo o esforço.
A volta de
trem pra Lisboa foi como andar de ônibus no Rio: tem sempre um rapazinho
delícia pra gente olhar a viagem inteira e tem sempre uma “nem” sem noção que
fica horas aos berros no celular. E eu achei que só a gente aqui sofria com
esse mal. Ô raça!
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