Decidi ir a Boston porque queria saber como era
Harvard. Juro, foi só por isso. Que mongol, podem pensar alguns. Que sorte,
penso eu. Por mais que ela não seja nenhuma das estrelas principais dos EUA, já
entrou pra minha lista de lugares queridos. Boston obviamente não é só Harvard.
É uma cidade lindamente posicionada às margens do Charles River, limpa, com
parques verdes onde se pode descansar bastante, muita história pra ser vista e
aprendida, além de uma gente extremamente simpática. Por isso, seis meses
depois da minha ida, ao ter notícia das explosões a bomba em uma de suas
principais vias, fiquei imaginando como um atentado poderia ocorrer num lugar
tão tranquilo e torcendo para que ninguém tivesse se machucado muito e a cidade
conseguisse continuar sendo do jeitinho como a conheci.
Energia zero quando cheguei a Boston. Só tinha
dormido no avião, no voo noturno vindo da outra costa do país. Estava sonhando
com a possibilidade de entrar no hostel e conseguir uma caminha livre às 8h da
manhã. Obviamente não havia. Quase chorei na frente do mocinho da recepção.
Respirei fundo, guardei a mala no locker e saí pela manhã nublada morrendo de
saudades do sol da Califórnia. Atravessei um parque ainda vazio até o Starbucks
mais próximo, cujo café, apesar de péssimo como todo café americano, espantaria
meu sono. A loja estava cheia, então coloquei a comida numa bancada alta e
fiquei comendo de pé. Nisso, um senhor sentado à mesma mesa trabalhando num
laptop levantou, buscou um banco lááá do outro lado e, com um sorriso, me disse
“Now you can sit”. Ai, meu Deus, não aguento tanta fofura!!!! Tocava música
brasileira (trilha sonora oficial de qualquer Starbucks do mundo), o bagel com
cream cheese estava ótimo e, quando saí da loja, o sol já havia aparecido e
aquecido toda a cidade. Alegria, alegria.
Agora revigorada, fui seguindo a Freedom Trail,
um caminho que percorre os principais pontos históricos da Old Boston (uma
graça!) e do Financial District até chegar a Waterfront, o porto revitalizado. Um
passeio delicioso por parques, rua escondidas e prédios antiquíssimos, que hoje
contrastam com os arranha-céus. Legal imaginar como era a vida ali nos séculos passados
e toda a agitação política e econômica da cidade nessa época. Ao fim da
caminhada, os deques de Waterfront são o lugar perfeito
pra descansar, aproveitar a brisa, comer um bom prato de frutos do mar e
apreciar a vista na companhia das gaivotas. Naquela região também fica o Boston
Tea Party Ships and Museum, uma réplica da caravela onde, pelo que consegui
ver, acontece alguma encenação teatral do famoso protesto contra os ingleses.
Não quis pagar pra entrar, mas pude observar, de um banquinho ao sol na margem
oposta, uma galera dando uns gritos e jogando caixas na água. Numa das minhas
zilhões de tentativas de tirar foto de mim mesma no Columbus Park (lindo
também!), apareceu uma moça com uma criança e se ofereceu pra bater uma foto. E
acabou tirando várias! A mulher se empolgou, me mandava mudar de lugar pra ter
várias opções de cenário. Hahaha Cara, faltou pouco pra eu abraçar a fofa. As pessoas daqui
são muito boazinhas.
Segundo e último dia em Boston, peguei o metrô pra Cambridge, onde fica a universidade de Harvard. É um campus gigante, com muitas árvores e esquilos, cada prédio mais bonito que o outro, quase todos no mesmo padrão de tijolinhos que domina a cidade. Super lindo e agradável, mas não tem o cabeção do Kennedy (quem estudou na PUC-RJ sabe do que estou falando), então perde metade da graça. Em compensação, tem a estátua do Seu Harvard. Aí o povo deve achar que é estátua de santo e fica passando a mão no pé dela. Acho que é pra ficar mais inteligente, então não perdi tempo e fui lá dar minha acariciada. Vai que um dia eu vá a Harvard pra estudar... Na dúvida, melhor garantir.
Segundo e último dia em Boston, peguei o metrô pra Cambridge, onde fica a universidade de Harvard. É um campus gigante, com muitas árvores e esquilos, cada prédio mais bonito que o outro, quase todos no mesmo padrão de tijolinhos que domina a cidade. Super lindo e agradável, mas não tem o cabeção do Kennedy (quem estudou na PUC-RJ sabe do que estou falando), então perde metade da graça. Em compensação, tem a estátua do Seu Harvard. Aí o povo deve achar que é estátua de santo e fica passando a mão no pé dela. Acho que é pra ficar mais inteligente, então não perdi tempo e fui lá dar minha acariciada. Vai que um dia eu vá a Harvard pra estudar... Na dúvida, melhor garantir.
Metrô de
volta a Boston, passeio pela Charles Street, em Beacon Hill, uma das regiões
mais famosinhas da cidade. Cheia de lojinhas, todas as construções trabalhadas
nos tais tijolinhos e uns tesouros escondidos nas ruas do entorno, como jardins
particulares e becos. Tudo é muito lindo por aqui, então a fama faz sentido.
Fiquei pensando que, se eu morasse em Boston, seria nessa vizinhança, com
certeza. Repara não, fiquei rica de repente. Então voltei à realidade e
continuei andando e aproveitando o belo dia. Entrei de novo naquele parque que
cruzei antes de parar no Starbucks (era apenas o Boston Common, o mais
importante da cidade, e eu não tinha dado quase nenhuma importância por causa
do sono) e dessa vez ele estava tomado de crianças correndo, turistas, bichinhos,
a grama toda verdinha iluminada pelo sol, uma belezura.
A caminhada prosseguiu até The Esplanade, um parque feliz onde se pode sentar numa das espreguiçadeiras do deque e apreciar a vista do rio, das pontes e do MIT, universidade quase tão célebre quanto Harvard. Vale a pena vir até aqui, podem anotar. Momentos de relaxamento no meio de passeios turísticos são altamente recomendáveis. Sem contar que eu quase não vi turistas por ali, só locais. Ao contrário da Boylston Street (a rua do atentado de abril/2013), aonde fui em seguida e, por ter um monte de shoppings, lojas, Apple Store (fui bem feliz lá) e centros empresariais, tem um monte de turistas. Nada comparado a Paris ou Nova York, mas tem. E o caminho da Esplanade até lá passa por Back Bay e suas ruas super fofas e arborizadas, com pequenas lojinhas, bares, cafés e prédios todos iguais e enfileiradinhos (olha o tijolinho aí!). Na Boylston fica a Prudential Tower, uma torre com um observatório de 360º da cidade. Num dia ensolarado, como o que eu fui, e com áudio-guia incluído no preço, é uma experiência imperdível! Meu amor por Boston, que já vinha se desenvolvendo desde o dia anterior, se concretizou ali, a 50 andares de altura. Pra terminar o dia (e a estadia), comi um mega hambúrguer, indicação da minha amiga Dani, enquanto olhava o crepúsculo pela janela do restaurante.