O passeio por Beverly Hills pode não ter sido o mais enriquecedor do universo, intelectualmente falando. Mas foi através dele, numa conversa informal com o guia e o resto do grupo, que eu fiquei sabendo do melhor programa pra se fazer em Los Angeles: um tour pelos estúdios da Warner Bros. Era meu último dia na cidade e a cereja do bolo realmente havia ficado pro final. Voltei pro hostel cheia de pressa pra entrar no site da Warner, sem saber se ainda haveria visitas guiadas naquele dia. E tinha, pra uma hora depois. Peguei um taxi correndo. Minhas séries preferidas são produções da Warner e eu só me dei conta disso ao chegar lá. No tour, a gente sobe num daqueles carrinhos de golfe bem grandes e visita os sets, não só das séries, mas dos filmes produzidos por eles. O local onde Peter Parker beija Mary Jane em “Spider Man”, o cinema de “O artista” e de “The big bang theory”, além do micro quadradinho (na TV parece infinitamente maior) do futebol americano de “Friends”. Na porta de cada um dos imensos estúdios há uma placa com a lista das produções filmadas ali. De “Inception” a “Two and a half men”, de clássicos a besteiróis atuais. Eu estava exatamente onde os maiores filmes da história do cinema e as séries de maior sucesso da TV foram rodados, e não conseguia acreditar naquilo. Pega a minha emoção no tour da Universal e multiplica por mil, pega minha alegria do dia do parque e eleva à enésima potência. Foi indescritível.
O tour
inclui ainda uma visita a um pequeno museu de carros usados nas produções
(Batman, Se beber não case, Matrix, The Flinstones), a algum estúdio que não
esteja sendo usado no momento do tour (nesse dia era o de “Pretty little liars”)
e a um museu incrível de figurinos, com um andar inteiro dedicado a Harry
Potter, incluindo roupas, objetos e criaturas (Dobby, o elfo, está aqui!). Uma
pena que fotos não sejam permitidas, mas os visitantes podem colocar o chapéu seletor
e ele anuncia pra qual casa de Hogwarts você iria, que nem no filme. Tipo
criança. Muito nerd. Muito legal!
No final, a
guia ainda nos levou na parte de um galpão que não parecia ter nada de
especial. Abriu a portinha e entramos nada menos que no cenário de Friends!!!
AAAAAAAAAAAAA!!!! Caraca! Passei anos acompanhando esse negócio, até hoje fico
assistindo e rindo das mesmas piadas. Essa série marcou a vida de um monte de
gente, a minha inclusive. Eu só conseguia dizer “Oh my God” e a guia só sorria
e falava “I know”. Em nenhum momento durante todo o tempo em que planejei essa
viagem eu imaginei dar de cara com isso. Aliás, nem sabia que isso existia pra
visitação. Nossa, que surpresa!! Que loucura, gente. Sempre sonhei trabalhar
num lugar assim. Deus, me conceda isso um dia. Por favor.
Pra
terminar minha surpreendente estadia em LA, mais uma surpresinha: o letreiro “Hollywood”,
aquele lá em cima da colina, não tem qualquer iluminação à noite. E eu não
tinha tirado nenhuma foto dele! O shuttle passaria no hostel às 6h30 pra me
buscar. Às 6h eu saí esbaforida pelo Hollywood Boulevard porque sabia que a
algumas quadras dali dava pra avistar o letreiro. Estava amanhecendo ainda.
Ninguém na rua, além de um ou outro mendigo desconhecido dormindo na calçada da
fama. Quando parei, veio um carinha atrás de mim, tipo saindo da balada, todo ofegante: “Nossa, como
você anda rápido! Estou desde lá atrás tentando te alcançar” (oi??). Que medo,
credo! Atravessei a rua, despistei o maluco e voltei correndo pra não perder o
shuttle. Mas consegui a foto, rá! Praticamente um blockbuster de aventura
hollywoodiano. Foi assim que me senti. Los Angeles, querida, de sem graça você
não tem nada. Eu volto, pode esperar.
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