23 Abril 2010 – Nas últimas horas em Ushuaia partimos pro Museu do Presídio. Isso porque, antes de se tornar a cidade que é hoje, Ushuaia era mesmo o fim do mundo, terra gélida e desinteressante. Então construíram um presídio para onde levavam os bandidos de mais alta periculosidade do país. E a galera morria de medo de ir pra lá. Pudera. Vai fugir pra onde? A nado pra Antártida? Aliás, o próprio museu conta histórias de presos que fugiram e se entregaram novamente porque não aguentaram o frio! O material está todo exposto no que eram as celas e, em algumas delas, há bonecos em tamanho real dos presos que viviam ali. Caraca! Eu tomei cada susto inacreditável com aqueles bonecos! Entrava numa cela e achava que era gente de verdade. Medo!
Mas nada supera o medo que tivemos de uma família que chegou lá na mesma hora que a gente pra visitar o museu. Eu sei que julgamento é uma das coisas mais abomináveis da vida, mas que gente feia, meu Deus!!!! Me perdoem, mas eu tive que falar isso.
E chegou a hora de partirmos pra segunda etapa da aventura patagônica: El Calafate. Rachamos o taxi até o aeroporto com dois holandeses do nosso hostel e tive um papo interessante com a menina sobre a ideia que as pessoas de fora fazem de Amsterdam e como a cidade realmente é (careta e famíliar).
O voo atrasou, estávamos mofando na sala de embarque e eis que surge... a família feia! Jesus, ela foi no mesmo avião que a gente. Que sorte. Mas antes a família feia que as três argentinas sentadas na fileira de trás que não calavam a porra da boca! Caceeeeeeeeeeta, elas não paravam de falar, que coisa! E depois de várias paisagens lindas, picos nevados, montanhas e lagos de água verde, chegamos a Calafate. O aeroporto fica bem distante do centro, então você tem duas opções: pegar um taxi com preço fechado de 80 pesos ou pegar uma van, que também te deixa na porta do albergue, por 23 pesos. Hummm, que escolha difícil, hein! NOT. Sério, não consigo entender quem opta pelo taxi (a menos que esteja num grupo de quatro pessoas). Se bem que assim não se corre o risco de pegar a van com as três tagarelas. E é óbvio que nós fomos abençoados com a presença delas mais uma vez. Sempre falando, é claro.
Calafate é uma coisa muito louca. Um lugarzinho no meio do nada, cercado por montanhas que parecem um deserto (com vegetação árida, marrom, seca) e por outras cobertas de neve, um pouco mais ao longe. Parecem duas cidades completamente diferentes, e isso dá um charme todo especial ao local. Que, aliás, é uma graça! Que cidade mais fofa! Tem uma avenida principal, a Libertador, que concentra o comércio e as agências que oferecem vários passeios diferentes. A quantidade de sinais de trânsito é inversamente proporcional ao número de lojinhas de souvenirs que vendem as mesmas coisas.
Almoçamos um frango à parmegiana que não cabia no prato de tão grande que era! Como de costume, pedi uma cerveja local, feita com calafate, a frutinha que dá nome à cidade. Interessante. Ainda reservamos o passeio do dia seguinte e entramos em praticamente todas as lojinhas da Libertador. Às vezes nem era pra ver nada em especial, mas pra fugir do frio mesmo. Uma ótima pedida! E aí voltamos pro hostel, que é maravilhoso! Glaciar Libertador é o nome. Uma casa linda, toda em madeirinha, staff gente boa, internet grátis, quartos bons (estamos em baixa temporada, então está bem vazio). Uma fofura, aliás, como tudo nessa cidade. As casinhas todas parecem de boneca. A única exceção é o cassino, que não tem nada a ver com nada, uma coisa horrorosa, cheio de luzes cafonas, um estilo Las Vegas que realmente não combina com isso aqui.
E amanhã: passeio no Glaciar Perito Moreno!! Ansiedade toma conta da minha pessoa.
Beijo, família feinha!
domingo, maio 02, 2010
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