Segundo dia
em LA, achei que eu tivesse 10 anos e passei o dia inteiro no Universal
Studios. Meu Deus, eu me acabei que nem uma criança! Da hora que o parque abriu
até a hora que ele fechou eu fiquei lá dentro esquecendo a maturidade que tenho
e sendo muito feliz! Assim que entrei, então, foi ridículo. Os caras colocam
aquela musiquinha que abre todos os filmes da Universal e aí eu sei lá se achei
que estava num filme, sei lá se achei que estava de volta à Disney depois de 15
anos, só sei que me bateu uma emoção tão grande que os olhos encheram d’água. E
eu morrendo de vergonha, um monte de criança em volta e só eu chorando, onde já
se viu? Universal Studios Hollywood é demais, cheio de simuladores 3D, 4D... O
da Múmia, apesar de durar só uns 2 minutos, é o máximo! O dos Simpsons e o dos
Transformers são ótimos também. Mas pra mim nada barra o tour “Inside the
movies”, em que você pega tipo um trenzinho e faz um passeio pelos estúdios da
Universal. Simplesmente as locações onde os caras filmam os longas que eu, você
e o mundo todo conhecemos. Pra quem estudou Comunicação e é apaixonado por
cinema e TV como eu, essa é uma experiência imperdível.
Hitchcock |
Desperate Housewives |
Los Angeles é a cidade onde se passa o dia inteiro brincando no parque e depois se vai ao teatro. Ou seja, nada de descanso. Eu disse que era só entretenimento, então não dava pra perder tempo. Cirque du Soleil me esperava no Dolby Theater. E eu, que nunca tinha visto esse espetáculo ao vivo, confesso que estava mais ansiosa pra conhecer o local da entrega do Oscar. Iris, o show fixo daqui, é sobre cinema e tem uns números maravilhosos. Mas juro que eu fiquei o tempo todo, desde a calçada na frente do teatro, passando pelas galerias, pelas escadas, pelo hall e pelo banheiro, imaginando aquela gente toda emperequetada no dia do Oscar andando por ali. Julia Roberts, toda trabalhada no longo, tendo que levantar aquele vestido enorme pra fazer um xixizinho no mesmo lugar que eu! E o teatro em si nem é grande. Vendo pela TV parece uma coisa absurda. É um teatro normal, menor que o Municipal aqui do Rio, como pode? Meu lugar nem era na primeira fila, mas eu super senti que o Bradley Cooper já havia sentado ali. Coisa de pele. :)
Já que se
está mesmo em Los Angeles, não vamos abrir mão de toda essa vibe “celebridades”,
certo? Então partiu tour guiado por Beverly Hills, lugar chique, lugar fino, lugar
das mansões habitadas pelos ricos e famosos. O passeio em que a futilidade
grita e você acha que atrás do insulfilm de todo carro está uma estrela do
cinema. “Quando um carro passar, acenem!”, dizia o guia, “Certa vez umas
meninas acenaram, o carro parou e o David Beckham abriu o vidro pra tirar foto
com elas”. Gente. Esqueci Julia Roberts fazendo xixi no Oscar. Meu foco agora
era todo no Beckham. Que não apareceu, uma lástima, mas a gente deu tchauzinho
pra todos os carros que passaram, sem exceção. Atrás do vidro fumê alguma alma
famosa deve ter correspondido meu aceno.
Casinha humilde da Julia Roberts |
E o tour
continuou. Uma mansão maior e mais bonita que a outra. Uma que foi de Elvis
Presley, outra de Walt Disney, e mais outra de Charles Chaplin (que hoje é de
quem? Julia Roberts! Voltamos a pensar no xixizinho); uns minutos em frente à
casa onde morreu Michael Jackson, afinal, homenagens devem ser feitas. Mas até
aí, nada da casa que eu mais queria ver. O guia já dava sinais de que o tour
estava chegando ao fim e eu só pensava “Não acredito que eu vim até aqui e não
vou ver essa mansão”. Mas aí o amado guia entrou em outra rua, atravessou a
avenida principal fora do sinal, virou à esquerda e anunciou: “Aquela casa ali,
no final, é a Playboy Mansion. Na frente dela há uma pedra com um botão que é
um interfone. Quem quiser ser coelhinha ou falar qualquer coisa com eles,
aperte o botão”. Quase morri de emoção! Nunca estive tão perto do vovô Hefner,
gente! O diálogo a seguir, entre o guia e eu, é verídico:
- Eu
trabalho na Playboy. Queria deixar um recado pro Mr. Hefner.
- Como
assim trabalha na Playboy? O que você faz?
- Verdade.
Olha o meu cartão. (Mostrei meu cartão)
- Nossa!
Nunca tive ninguém da Playboy no meu grupo! Vai lá, toca o interfone.
Eu fui.
Toquei. O grupo todo em volta, em silêncio.
- Pois não.
- Oi. Eu
sou do Brasil, trabalho na Playboy de lá e gostaria de convidar o Mr. Hefner a
nos visitar. Estou com meu cartão aqui. A quem posso entregá-lo?
- Pode
deixar aí na cerca, perto do portão.
Pronto. Eu
tremia de nervoso, mas escrevi um convite pro vovô no meu cartão de visitas, o deixei
bem posicionado na cerca e tirei uma foto dele pros amigos acreditarem na minha
cara-de-pau. Até hoje não tive retorno de Hugh. Mas ainda acho que um dia ele
vai tocar a campainha lá do trabalho e aparecer na nossa porta vestindo aquele
roupão vinho.
Detalhe do portão da mansão que foi de Walt Disney |
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