Atravessei o portão e já dei de cara com o Zé, o porteiro único, tradicional e com vários fios brancos na cabeça. Parei e fiquei olhando lá pra dentro da escola. O pátio, a quadra. Nossa, como tudo parece bem menor. Eu achava aquele espaço tãããão grande e agora percebo que eu que era um ser pequeno demais. Roberta, minha melhor amiga desde a 1ª série do primário, ao meu lado em mais uma aventura.
Ai, que vontade de abraçar aquelas paredes! Que saudades daquilo tudo. Foi uma coisa de maluco encontrar a Ester, das aulas de Artes, e a Madá, a moça da cantina que me servia cachorro-quente e mate no recreio (minha alimentação já era ótima naquela época). Cara, elas me conheceram quando eu era uma pirralha, no primário ainda, e anos depois (põe ano nisso!) lembraram meu nome e me deram um abraço tão carinhoso como se eu nunca tivesse saído dali. Aí fui inventar de entrar na primeira sala que estudei, no C.A. Aquelas mesinhas tão pequenas, o abecedário todo colorido colado acima do quadro negro, o coração apertado, olhos cheios d’água, arrepio e a cabeça num dia qualquer de 1987.
E umas pessoas que eu não via há uma década, tem noção? Anete (Literatura), Gilda (Matemática), Gustavão (Música - cara, quem não teve aula com ele??), Tânia (Química – “Explosão é com ‘x’, senão não explode!”), Carlos (professor de Ciências da 8ª série que, por pouco, não lembrou meu nome), Ivani e todos os lindos e lindas que estudaram comigo ao longo de toda uma vida na EDEM, do Jardim ao 3º ano: Roberta, Andréa, Renata, Pedrinho, Mary, Laura Caldas, Bela, Laura Jacob, Sole, Raphael Ferraz, Rafael Mendes, Fernando, Miguel, Marina, Gustavo, Verônica. Cada um com a sua vidinha, com sua profissão, gente grande. Gente com a EDEM na essência. Órfãos.
O pátio
2 comentários:
na estrada... bom... tô mais pra cantor de chuveiro...que sá, de churrascaria... mas já que é pra soltar a voz... marcelinha, esse teu textinho é tão singelo, as fotos tão bonitas e verdadeiras... post que merecia uma certa trilha de uma moça tão talentosa quanto a senhorita... não tenho certeza, mas acho que o nome dela começa com M... e, se bobear, termina com... arisa montes... deve ser acaso...rsrsrs... adorei o final... encerrar com uma palavra todo um pensamento, uma viagem... abraços nas paredes... que a gente dá junto contigo e se emociona nas tuas palavras... deve ser uma dádiva. parabéns, meu anjo!
bunito
estive gostando do relato tb, embora nao me identifique, pq eu odiava meu colégio.
mas tá bunito de se ver
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