Consegui! Há quase dois anos Puerto Madryn, na Argentina, estava na minha lista de lugares para ir logo. E agora, ao final da minha oitava e última ida ao país a trabalho, deu pra escapar um final de semana, juntar com um feriadinho brasileiro e ter tempo mínimo suficiente pra conhecer esse lugar tão lindo da Patagônia voltado pro Atlântico.
Puerto Madryn, na verdade, é o QG pra quem vai conhecer as atrações próximas dali. Hospedagem, restaurantes e agências de passeios estão majoritariamente lá, então essa é a pedida. Para chegar à cidade de avião, saindo de Buenos Aires, há vôos diretos da Andes três vezes na semana ou vôos diários a Trelew, uma cidade vizinha com um aeroporto maior. De lá, um micro-ônibus da empresa Eben Ezer faz o trajeto de uns 40 minutos até Puerto Madryn por 50 pesos.
No primeiro dia fiquei caminhando pela orla de Madryn. Pode-se alugar uma bicicleta e chegar mais rápido aos lugares. Eu cismei que queria ir até uma praia mais distante onde havia a carcaça de um navio naufragado (ou encalhado, sei lá). O mocinho do hostel me disse que o caminho até lá tinha umas partes íngremes (verdade!), então seria melhor eu ir andando pq não era muito longe, apenas uns 3 quilômetros (mentira!). Aí a boluda aqui foi caminhando, aproveitando a vista daquele mar lindo com areia meio estranha. Passei uma praia, passei outra praia e nada do tal navio. “Fica logo depois das dunas”, disse o amiguinho. Caraca, eu já tinha andado uns mil quilômetros por praias quase desertas até chegar nas tais dunas. Nem sinal do navio. E já eram 5 da tarde, o sol começando a baixar, Marcela se desesperando pensando em ter que fazer todo o caminho de volta. Não deu, gente. Tô até agora procurando a bodega do navio. E ainda voltei por um caminho mais longo porque a maré subiu e bloqueou uma passagem bacana por onde eu havia entrado na praia na ida e me achado super esperta.
Mas e daí que eu estava morta com farofa? O que importa é que no dia seguinte realizei minha maior vontade nessas terras. Eu queria ver baleias, essa é a verdade. Não um show da Shamu no Sea World, mas os bichos nadando felizes em seu habitat natural. E vi muito mais do que isso. No principal passeio da região você passa um dia inteirinho na Península Valdés (olhando a costa leste do mapa da Argentina, é aquele pedacinho de terra em formato de gota torta), uma reserva natural protegida onde bichinhos marítimos fofos vão, aproveitando as águas quentinhas do Atlântico, para acasalar e ter seus filhotes antes de se jogarem na aventura por aquele marzão de meu Deus.
Primeira parada: Puerto Pirámide (também há hospedagem aqui, mas acho meio isolado demais da vida). Um barco leva a turistada até o meio do Golfo Novo, avista uma baleia franco-austral de longe, desliga o motor e espera. Os guias dizem que elas são animais selvagens e só fazem o que querem, então resta aos humaninhos com câmeras a posto aguardar a boa vontade e a aproximação dos bichos. E não é que eles vêm mesmo? O guia dizia: ”Lá vêm uma mãe e dois filhotes”. E eu, no auge da minha ignorância, só conseguia avistar uma baleiazinha ao longe e começava a achar que o cara tinha fumado alguma coisa muito forte pra ver tanto bicho assim. Mas ele estava certo, é claro. E quando aqueles filhotinhos de míseros 15 metros de comprimento chegaram a 30 cm do barco, com suas caudas lindas, meu coração pulou de alegria. Juro, foi emocionante ver as baleias de tão perto, saltando, mergulhando. E mesmo com aquelas colônias de parasitas na cabeça, elas são lindas. Feinhas, mas lindas, sabe como?
Mas e daí que eu estava morta com farofa? O que importa é que no dia seguinte realizei minha maior vontade nessas terras. Eu queria ver baleias, essa é a verdade. Não um show da Shamu no Sea World, mas os bichos nadando felizes em seu habitat natural. E vi muito mais do que isso. No principal passeio da região você passa um dia inteirinho na Península Valdés (olhando a costa leste do mapa da Argentina, é aquele pedacinho de terra em formato de gota torta), uma reserva natural protegida onde bichinhos marítimos fofos vão, aproveitando as águas quentinhas do Atlântico, para acasalar e ter seus filhotes antes de se jogarem na aventura por aquele marzão de meu Deus.
Primeira parada: Puerto Pirámide (também há hospedagem aqui, mas acho meio isolado demais da vida). Um barco leva a turistada até o meio do Golfo Novo, avista uma baleia franco-austral de longe, desliga o motor e espera. Os guias dizem que elas são animais selvagens e só fazem o que querem, então resta aos humaninhos com câmeras a posto aguardar a boa vontade e a aproximação dos bichos. E não é que eles vêm mesmo? O guia dizia: ”Lá vêm uma mãe e dois filhotes”. E eu, no auge da minha ignorância, só conseguia avistar uma baleiazinha ao longe e começava a achar que o cara tinha fumado alguma coisa muito forte pra ver tanto bicho assim. Mas ele estava certo, é claro. E quando aqueles filhotinhos de míseros 15 metros de comprimento chegaram a 30 cm do barco, com suas caudas lindas, meu coração pulou de alegria. Juro, foi emocionante ver as baleias de tão perto, saltando, mergulhando. E mesmo com aquelas colônias de parasitas na cabeça, elas são lindas. Feinhas, mas lindas, sabe como?
De volta à terra firme, ao longo da estrada, ainda se pode avistar várias espécies de animais terrestres. E cruza-se a península toda até Punta Norte para ver os lobos e leões marinhos. De longe, parecem sardinhas ao sol. Mas de perto são animais gordinhos, fofinhos e que emitem sons engraçados (que comentário de mulher!). E eles ficam lá, na beira da praia, sem se moverem muito porque, como estão em época de reprodução, não caçam. Passam meses sem comer, só trabalhando com a reserva do organismo. Com sorte, em alguns poucos meses do ano, é possível avistar orcas por aqui. “Sorte” pra gente, né? Porque elas só se aproximam da praia pra caçar os pobres dos leões marinhos. Nesse dia, eu não tive sorte de vê-las; os bichos tiveram a sorte de não vê-las.
A última parada, mas não menos importante, é Punta Cantor. E aqui eu realizei meu outro sonho: pinguins! Foi uma frustração na minha vida ter ido à Patagônia ano passado e não ter visto nenhumzinho. Mas dessa vez eles estavam ali, bem pertinho. Se coçando, tomando um solzinho gostoso e despertando em mim um espírito “Felícia”, doida pra apertá-los e levá-los pra minha casa. Coisa mais fofa!!!!!!!!!
Então só me restou a manhã do dia seguinte, antes de voltar pra casa. E eu, que estava totalmente apaixonada pelos bichinhos, queria fazer mais algum passeio, aproveitar até o último minuto. Mas com pouco tempo assim, eram ínfimas as possibilidades. No final, após relutar um pouco (mentira, eu relutei muito), lá fui eu fazer snorkeling com lobos marinhos. E entrei em pânico. Não por causa dos bichos, mas por causa da coisa toda de mergulho, roupinha apropriada, pé-de-pato, máscara, snorkel. Eu não sei nadar com esse bando de coisa acoplada em mim e não consigo respirar com aquela merda, não adianta. E não tem treinamento. O guia passa umas instruções rapidinhas no barco, a caminho da colônia de lobos de Punta Loma, e é isso aí. Se jogue na água e seja feliz (ou entre em desespero, no meu caso). Só depois de respirar errado, engolir água e mal conseguir me locomover, eu convenci o guia de que eu podia tirar a máscara e o snorkel. E aí, gente, a vida foi linda e eu desfrutei dessa experiência incrível e inimaginável de nadar e brincar com as foquinhas, fazer carinho e ganhar “beijos” e mordidinhas delas. Morri com tanta fofura. (Adoraria postar fotos desse momento aqui, mas a agência fez o favor de me entregar um CD em branco. Assim que eu receber o material certo, virá pra cá).
Hostel: LaTosca, em Puerto Madryn. Fica a quatro quadras do centro e da praia. Tirando essa pequena distância, é altamente recomendado! O dono e os funcionários são extremamente receptivos e disponíveis, adoram ajudar com qualquer coisa. Os quartos são confortáveis, o jardim tem redes e o café da manhã tem tortas deliciosas feitas por eles. A de doce de leite é imperdível.