sábado, setembro 20, 2008

Amsterdã - Feel the groove!

Aí eu voltei de Delft/Den Haag com a sensação de que realmente estaba na Holanda. Pela janela do trem, o que mais vi foram vaquinhas malhadas, ovelhinhas, campos de flores e... moinhos!!! Cara, foi um clichê do tamanho de um bonde! E eu adoro um clichê, principalmente em viagens assim. Ir à França e não comer baguete? Ir à Espanha e não provar paella? Ir à Holanda e não ver vaquinhas e moinhos de vento? Não existe.

A questão era ir a Amsterdã e não provar a porra da razão que leva pra cidade 99% dos visitantes. Fumar eu não ia, já havia decidido. Mas já que estava ali, não custava nada comer alguma coisinha, né? Aí eu saí pela cidade em busca de duas coisas: uma space cake e a coragem para entrar numa coffee shop e comprar uma space cake. Dei várias voltas pela Rembrandtplein, uma praça bem movimentada. Olhava as coffee shops de longe, com aquela galera fumando tudo e mais um pouco, uma marola bizarra no ar. Demorei pra entrar. Aí escolhi uma menorzinha, numa ruazinha mais escondida. Tinha só um casal fumando lá dentro e a atendente. Pedi “algo” pra comer. E estava em falta. Como assim??? Ela me mandou procurar numa loja maior, bem no meio da praça, cheia de gente perto, com um letreiro enorme de neon. Quase como se estivesse escrito “COMPRE MACONHA AQUI, SEU TURISTA DE MERDA”. Aí eu entrei e tinha muito mais gente fumando e uma galera jogando sinuca. O moço do balcão me mostrou o “brownie” e o “muffin”. E disse “o brownie é mais light. Vc vai comer tudo sozinha???? (arregalou os olhos) Não coma tudo de uma só vez, ok”?Ok, filho. Não sou maluca de fazer isso. Comi dois pedaços, andei um pouco e nada. Fui pro albergue e nada. Dormi e... acordei no meio da noite com o corpo todo formigando! Hahahaha E dormi de novo, exausta que estava. Só isso. O engraçado é que, mesmo aqui, vc tem a impressão de estar fazendo algo errado. O cara me deu o tal brownie e eu enfiei na mochila como se estivesse comentendo um crime.

Último dia em Amsterdã e eu já não agüentava mais falar inglês. E tava de saco cheio de todos aqueles gringos chatos. Eu falei que a velhinha fofa que dorme de camisolinha ronca feito um gordo bêbado? Pois é. Bom, aí fui tomar café (o pão de forma estava congelado e não tinha como esquent´-lo!) e sentei numa mesa com uns caras lá. Trocamos umas palavras básicas em inglês e aí eu descobri que eram brasileiros! E não é só isso. Eram comunicólogos! E não é só isso. Conheciam gente da Globosat! Ê mundinho de oito pessoas... Resumindo: peguei a amizade que eu precisava, com gente legal à beça (Beto, Zé e Humberto), e falei português o dia todo (pq uma hora é necessário).

Fomos lá pro estádio do Ajax pra fazer o tourzinho. Geeeeeeeeente, é muito legal! O estádio é mega foda! Várias fotos bacaninhas (e paraíbas). E o ingresso de jogo mais barato custa muito mais que os 40 euros que paguei em Barcelona. E o teto é retrátil. E o guia tinha uns olhos lindos. rs

De lá, direto pro Sex Museum. É bom deixar claro que, enquanto profissional dedicada que sou, visitei tal recinto com finalidade única e exclusiva de pesquisa. Custa 3 euros pra entrar e, de fato, não tem nada que eu ainda não tenha visto (no trabalho, gente! Não pensa besteira!). Mas vale a pena. É divertidinho, baratinho e pequeno. E aí saí correndo de tram pro Reijksmuseum (mais uma vez não lembro como escreve). E aí foi incrível pq eu fiquei vários minutos contemplando “A leiteira”, do Vermeer (é, meu pintor preferido) e vendo pessoalmente cada detalhe que eu não havia conseguido perceber nos livros que tenho em casa. Cara, que demais! E lá ainda tem dois quadros enooooormes do Rembrandt que ocupam paredes inteiras e tem um folder pra vc poder acompanhar cada detalhe (que os pouco entendidos como eu provavelmente não perceberiam sem uma ajudinha).

Bem perto fica o Vondelpark, acho que o maior parque da cidade. Lindo, cheio de verde, lagos, chafariz, patos, gansos, bicicletas, crianças e gente fumando (óbvio). Encontrei meus novos amiguinhos lá, que estavam trabalhando com experimentações diversas. Comi mais um pedaço do space cake e dessa vez não adiantou absolutamente nada. Em compensação, o cogumelo que experimentaram deu uma onda hilária, que me fez dar muitas risadas só de olhar pros caras. Mas o melhor foi pegar a bicicleta e dar várias voltas pelo parque. Nossa, fazia anos que não pedalava. E foi lindo. Um vento gelado cortando o rosto, as mãos dormentes e roxas. Mas eu não conseguia parar, que nem criança.

Na volta, paramos no McDonald’s (ok, ta enchendo o saco já) e, por coincidência, pegamos amizade com duas brasileiras (ô raça!) que estavam na mesa ao lado. Agora, com um grupo de seis brasileiros perdidos em Amsterdã, terminamos a noite olhando vitrines... no Red Light District. Hahaha Cara, que lugar doido! Aquele bando de garotas/travecos de programa naqueles cubículos cheios de luz neon e uma caminha de solteiro lá no fundo. Bizarro. Humberto ainda perguntou de zoação quanto uma delas cobrava para um programa com mais duas pessoas. “Fifty each”, a prima respondeu.

Para ler ouvindo: Three little birds (versão do Gil)

Um comentário:

Unknown disse...

caraca! isso aí deve ser o fervo mesmo!!! só não saquei o que seria esse tal space cake... de que é?
bjoooo