segunda-feira, setembro 22, 2008

Praga - Em algum lugar do passado

Ao contrario de Amsterdã, onde eu queria ficar só, no meu primeiro dia de café da manhã em Praga já peguei amizade e abri mão de seguir meu roteirinho quadradinho pra aproveitar a companhia. E foi a melhor escolha! Saímos sem rumo pela cidade e acabamos conhecendo coisa à beça! Gente, e como esse lugar é fofo!! As casinhas, as praças, as igrejas, as crianças (óbvio). Tudo é uma belezura. E o legal de sair sem destino certo é que vc acaba descobrindo atrações (turísticas ou não) sem querer. Tipo: entra numa ruazinha pequena e acaba saindo de frente pra um monumento incrível que vc havia visto no guia, mas não fazia idéia de onde era, sabe? E assim foi o dia todo. No caminho pra uma igrejinha, tomávamos outra direção, pegávamos umas trilhas pro alto da montanha e chegávamos num parque lindo. Praga é cheia de boas surpresas.

Acabamos não entrando em nenhum monumento pq o povo mochileiro é mão de vaca toda vida, né? Lá no Jewish Quarter, por exemplo, ninguém tava afim de pagar pra visitar o cemitério judaico. Aliás, essa coisa de visitar cemitério é meio bizarra, né? Em Buenos Aires eu até entrei no cemitério da Recoleta pra ver o túmulo da Evita e tal. Mas continuo achando isso tudo muito estranho. Ainda mais qdo vc tem que pagar pra entrar. Não pagamos. Saímos andando pela rua de trás e demos de cara com... o muro dos fundos do cemitério. Aí foi só subir um degrauzinho e tirar váááárias fotos! Hahaha For free!

Ainda subimos a colina quase até o castelo, mas optamos por ir até uma torrezinha aqui que é baseada na torre Eiffel. Depois, famintos, andamos muuuuuuuuuito pra achar um restaurante típico que havia sido indicado por alguém que eu desconheço. O tal lugar ficava numa parte mais distante do centro e totalmente off-turismo. Um bairro freqüentado por locais, finalmente, pq aqui é quase impossível encontrar alguém que não seja turista. Deve ser um saco viver numa cidade assim. Imagina vc querer ir na esquina comprar um pão e esbarrar com 500 mil idiotas com câmeras digitais... Deus me livre. Mas voltando: o restaurante era ótimo!! Comi um roasted pork, prato bem típico da República Tcheca, que estava uma delícia. E eu realmente estava precisada de comida. Qdo vc viaja assim, sai andando feito uma maluca e esquece de comer. Chega uma hora que o corpo surta, coitadinho. Tinha uma cerveja que vinha num copo tão grande que, se eu tivesse tomado, ficaria uns três dias sem conseguir sair da cama. Sério! Hahaha Cara, era muita cerveja! E um australiano nanico que sentou na mesa ao lado bebeu um treco inteiro desses sozinho! Fiquei chocada com a capacidade da criatura. Ah, e pra completar, dois carinhas saíam de vez em quando de dentro da cozinha tocando no acordeão e no trombone umas musiquinhas folclóricas daqui (tá, o “folclóricas” foi invenção minha. Pô, mas devia ser).
À noite foi só sair vagando pela cidade, que fica ainda mais linda quando escurece. Ah, e provar alguma cerveja local (no meu caso, foi uma Budweiser tcheca, num pub que tinha uma canga com a bandeira do Brasil estampada pendurada no teto).

Praga é antiga. Tem coisa aqui que foi construída bem antes de o Brasil ser descoberto. Coisa de maluco mesmo. Hj mesmo entrei numa igreja do ano de 1600 e fiz questão de tocar naquelas paredes. É uma loucura imaginas que essas construções existem há tanto tempo. Cara, quanta coisa deve ter acontecido ali naquele lugarzinho que vc tá pisando naquele momento, tantos séculos depois. E tem alguma coisa aqui (deve ser a água, não sei) que faz as pessoas ficarem bem amorosas e dá à cidade uma atmosfera bem romântica. Nossa, é tanto casalzinho apaixonado, tantas carícias nos banquinhos de praça, tantos passeios de mãos dadas. Paris é extremamente romântica, sem dúvida, mas Praga é menorzinha, então fica ainda mais aconchegante.

Hoje acordei acabada. Fui dormir tarde à vera depois de passar o dia inteiro andando por várias partes da cidade. Continua um frio da porra. Tô saindo todo dia de malha térmica, casacão, cachecol e luvas. E ainda assim não dá pra ficar totalmente aquecido, principalmente perto do rio Vltava (cagação de regra só pra dizer que eu entendo alguma coisa). É meio chato ter que andar cheio de coisa, mas sempre que eu me olho no espelho me acho um charme com esse ar europeu e as bochechas rosadas (por causa do frio).

Me baixou uma pilha louca e andei toda a parteà direita do rio. Praga é dividida em cinco regiões principais e hoje caminhei por três delas! Total passeio turistão! Peguei meu singelo guia de bolso e fui em busca das atrações indicadas. Estátuas, teatros, casarões, avenidas, lojas, portões de entrada pra cidade... tudo! Assim, de uma vez. Botei a Duracell e fui, simples assim. Saí pra fuçar todos os cantinhos. Engraçado como aqui eu não tenho vontade de entrar nos lugares. Os museus não me interessam muito (tb, né, depois de uns 20 museus o serumano pede arrego), as igrejas são basicamente de grátis (nessas eu entro!), sinagogas e cemitérios não me interessam e as ruas são tão lindinhas que dá vontade de ficar passeando o tempo todo. Mas hj eu subi a torre mais famosinha, que fica naquela praça principal perto do meu albergue. A senhorinha do caixa aceitou minha carteira de estudante (rá!) e lá fui eu, para o alto (tá, não tão alto assim) e avante. Nossa, que vista deslumbrante! Praga é cheia de casinhas baixas com telhadinhos iguais. Parece maquete! Hahaha Vou postar foto aqui pra vcs verem.

O melhor é que, nessa mesma torre, ficam os tais relógios astrológicos onde rola um mini showzinho de hora em hora. E quando faltam uns 10 minutos, a praça lota de turista. Cara, é tanta gente, tantas línguas diferentes, tantas câmeras apontadas pro alto, que fica difícil saber pra onde ir. O jeito é se enfiar no meio da muvuca e esperar o showzinho acabar (dura menos de 1 minuto). Comunicado importante: o Japão está deserto! Toda a população daquele país, incluindo até a quinta geração da família do Hugo, chegou à Praga hj. Tô falando sério. Pra onde quer que eu olhasse, havia um grupo enorme de japoneses. Gente, eles se proliferam que nem os Gremlins! Ok, e logo atrás estão os brasileiros. Ai, como tem brasileiro nessa cidade! Cruzes!
As pessoas em Praga são muito simpatiquinhas. E falam inglês na boa. Mesmo se for macarrônico, fazem de tudo pra te entender e te ajudar. E sempre com um sorriso. Ah, com exceção da garçonete do restaurante de ontem (que tinha cara de coveira e era paga pra servir, não pra sorrir – conclusão minha), de um casal que estava aqui tendo uma DR no meio do bar do albergue e da mocinha que limpa os banheiros. Ela é novinha, loirinha, bochechudinha e vc acha que é um docinho. Bullshit. Vc fala e ela não responde, faz cara de insatisfeita, te olha com desdém. Vou mais é sujar bastante aquele banheiro, deixar de dar descarga, fazer lama quando sair do chuveiro e entupir o ralo de cabelo. Humpf!

E essa noite dormi com protetor auditivo (dos que eu uso nos ensaios do Salgueiro). Era uma sinfonia de roncos. O maestro era o cara da Finlândia.

Para ler ouvindo: Rala a tcheca (É o Tcham)

2 comentários:

Wil disse...

se vc tivesse colocado o "para ler ouvindo: Rala a tcheca (É o tchan)" no início do post, ele não seria o mesmo.
hahahahahahahaha
legal perceber a revolução da escrita com a volta dos acentos!!!!

beijonãomeligadepraga!

Unknown disse...

olha o kiiiibe!
quebra tudo!

bjoooooo